Redação (15/08/2008)- As perspectivas de clima para a região Sul no terceiro trimestre são de chuva e temperatura abaixo da média histórica, segundo estudo divulgado nesta quinta-feira pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Se confirmada a projeção, o plantio das culturas de verão, como soja, feijão e arroz, deve atrasar na região, de acordo com o estudo.
Sob o mesmo prognóstico para o terceiro trimestre, as culturas de inverno, entre elas trigo, cevada e o milho de segunda safra, ou "safrinha", podem ser afetadas na fase de enchimento e maturação dos grãos. O estudo foi elaborado com dados do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e de centros estaduais de meteorologia.
A perspectiva de chuvas e temperaturas abaixo da média no Sul, por outro lado, deve favorecer o acúmulo de sacarose na cana-de-açúcar em fim de ciclo, a melhora geral da qualidade dos citros cultivados na região a colheita e a secagem do café no Paraná, segundo a Conab. Algodão e girassol em final de ciclo, com colheita que concentrou-se em julho, não deverão sofrer grandes impactos, de acordo com o estudo.
Os impactos do clima projetado para o terceiro trimestre sobre as plantações da região Sul deverão ser limitados. Chuvas e temperaturas devem ficar entre normais e "ligeiramente abaixo" das médias históricas.
Para outras regiões do país, a projeção é de oscilação ainda menor em comparação com os registros históricos. No Centro-Oeste, por exemplo, tanto as chuvas quanto a temperatura deverão ficar dentro de suas médias históricas. Para partes do Nordeste, a perspectiva é a mesma.
Para a área leste de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba, espera-se chuvas acima da média histórica no terceiro trimestre. Esse cenário tende a abater as plantações de mamona, já que o excesso de chuvas, informa o estudo, retarda a secagem e prejudica a qualidade do produto.
O impacto sobre a cultura, de qualquer forma, tende a ser limitado, já que a Bahia responde por grande parte da produção nacional da oleaginosa, com cerca de 80% do total. As chuvas pouco acima da média histórica nas porções a leste e norte da região Nordeste tendem a favorecer o plantio das culturas de verão.