Redação (14/11/2008)- Passado o receio inicial de plantar cedo e correr o risco de sofrer perdas por falta de umidade na terra, os produtores resolveram deslanchar a semeadura da soja em Mato Grosso. De Norte a Sul do Estado, as máquinas trabalham freneticamente dia e noite para recuperar o tempo perdido em função do atraso das chuvas na maioria das regiões.
A estimativa dos produtores é de que o volume de plantio esteja atrasado em pelo menos 15% em relação a esta mesma época, no ano passado.
De acordo com informações do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), os trabalhos de plantio de soja "adentram o mês de novembro em ritmo acelerado", aproveitando as chuvas que caem em várias regiões.
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Só na primeira semana deste mês foram plantados mais de 1 milhão de hectares em todo o Estado, 19,1% de evolução semanal. Porém, não foram suficientes para igualar à média das últimas três safras, que é 16% superior.
Este diferencial é resultado das chuvas escassas e irregulares que prejudicaram as primeiras semanas de plantio e ainda não se regularizaram em todas as regiões do Estado.
"As chuvas já estão caindo com relativa intensidade, mas sempre há regiões onde o volume é menor", lembra o superintendente do Imea, Seneri Paludo.
SAFRA
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o segundo levantamento da safra 2008/09 de soja, que está sendo semeada. Os números foram revisados em função do cenário atual – dificuldades de crédito e menor utilização de fertilizantes – e passaram a indicar uma redução entre 1% a 3% na área plantada.
Para produção, a Companhia estima um volume entre 16,51 milhões de toneladas e 16,85 milhões de toneladas. O Imea divulgou no dia 30 de outubro a terceira estimativa, com redução de 1,1 % na área plantada de soja.
MILHO
A primeira semana de novembro foi marcada pela reação nos preços do milho e, conseqüentemente, aumento do número de acordos realizados. Porém, mesmo com essa melhora, os produtores estão esperando preços ainda maiores.
A semana iniciou com acordos por R$ 12,50 em Lucas do Rio Verde (354 Km ao norte de Cuiabá) e R$ 12,20 em Sorriso (420 Km, também ao Norte de Cuiabá).
O cenário de milho no Estado continua sem novidades. A cada dia que passa fica menor o prazo para comprar e receber os insumos necessários.
"O crédito escasso, as chuvas irregulares, os preços de venda desfavoráveis e a significativa quantidade de milho ainda estocado são fatores relevantes, mas nada se compara aos custos de produção, que são o fator determinante desta safra", apontam os analistas de Mercado do Imea.
