Redação (12/12/2008)- A proliferação da lagarta do cartucho tem causado preocupação nos produtores de milho de Ponta Grossa e região, em função da estiagem, que se prolonga desde o dia 1º de novembro. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), do núcleo regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) de Ponta Grossa, a previsão é de uma queda de 5% na produção.
Segundo o engenheiro agrônomo do Deral, José Roberto Tosato, a chuva serve controle natural da lagarta do cartucho. "A chuva afoga a lagarta do cartucho e a elimina", explica. Outra possibilidade é a chuva mais intensa derrubar a lagarta do cartucho, que posteriormente morre afogada no solo encharcado.
Como o controle natural não é possível em função da escassez de chuva, Tosato diz que os produtores aumentaram o número de pulverizações, chegando a uma média de duas por propriedade. "O controle da lagarta do cartucho em milho tem sido realizado quase que exclusivamente com produtos químicos, que são aplicados logo que detectada sua ocorrência, em muitos casos sem a adoção de critérios mínimos de manejo, resultando muitas vezes no fracasso do controle da lagarta. Entre eles a má regulagem dos equipamentos, a escolha e dose incorreta de defensivos agrícolas e a falta de monitoramento têm aumentado o número médio de aplicações de inseticidas", diz.
O engenheiro explica ainda que os produtores só poderão calcular os prejuízos na colheita, prevista para iniciar na primeira quinzena de janeiro. "Nesta época o produtor poderá verificar os estragos causados pela lagarta do cartucho", comenta. Na safra 2007/08 os produtores também enfrentaram o mesmo problema. A queda também foi de 5% na produção.
O gerente da Batavo Cooperativa Agroindustrial, Anacleto Ferri, diz que no ano passado a proliferação da praga foi mais significativa do que neste ciclo e que neste ano foi efetuado um trabalho preventivo junto aos agricultores. "Considero que na comparação com o ano passado a praga está menos agressiva", compara. A mesma opinião tem o engenheiro agrônomo da Cooperativa Agrícola Mista (Coopagrícola), Alisson Domingues Valentin. Segundo ele, a praga se proliferou com mais intensidade nas propriedades em que houve falha na aplicação. "Em algumas propriedades foi necessário fazer de duas a três pulverizações", diz. A estiagem, conforme Valentin, preocupa já que o milho está na fase de floração.
Região deve produzir 1,5 milhão de toneladas
De acordo com dados da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), será plantado na região na safra 2008/09 190 mil hectares de milho. A expectativa é de que seja produzido 1,5 milhão de toneladas – volume 11% inferior ao produzida no ciclo anterior, que foi de 1,7 milhão de toneladas.