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Preço baixo deve inibir plantio de milho

Os baixos preços pagos pelo milho devem fazer com que os produtores migrem para a soja.

Da Redação 30/07/2003 – Os baixos preços pagos pelo milho devem fazer com que os produtores migrem para a soja. Estimativas de mercado indicam queda na venda de sementes, com indícios de redução da área plantada de milho de até 15%. Com isso, especula-se sobre uma supersafra de soja de até 60 milhões de toneladas em 2004.

Para conter este movimento contrário ao milho, ontem o governo anunciou leilão de opções de 220 mil toneladas do grão, a ser realizado no próximo dia 7 de agosto. Existem ainda negociações para a liberação de recursos para novos lançamentos, abrangendo 1,5 milhão de toneladas, e de medidas de apoio à comercialização fora do Centro-Sul. Hoje, a bancada ruralista estará reunida com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, para tentar convencê-lo da importância da liberação de recursos para o setor.


Segundo levantamento da Cogo Consultoria Agroeconômica, desde o início do ano o grão acumula queda de preço de 41%, sendo 8% nos últimos 30 dias, com 30% da safrinha colhida. Com essa situação, Carlos Cogo acredita que haverá redução média de 7,5% na área cultivada outras empresas apostam em até 15%. De acordo com ele, mesmo medidas do governo não mudariam este quadro porque a queda nas vendas de sementes é de 20%.

Dados da Associação Paulista de Produtores de Sementes (APPS) indicam redução de 10% na área cultivada do grão. “Alguns pedidos estão sendo revistos”, diz Cássio Camargo, diretor-executivo da associação. Para Paulo Molinari, da Safras e Mercados, maior que a redução de área será a de tecnologia empregada, provocando queda na produtividade.

O mercado espera ainda compras governamentais do Programa Fome Zero, a partir da próxima semana, a ampliação das opções e o Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) para a exportação do grão. No entanto, no governo, a única certeza é da negociação para as opções e de estudos de outras para medidas de apoio ao grão, ainda não detalhadas.

O volume de opções anunciado ontem pelo governo foi considerado baixo pelo mercado. Mas a estimativa é que, com o preço de referência entre R$ 13,50 e R$ 16 a saca para novembro (variando conforme a região), a procura pelo leilão será grande. “O ágio será alto”, avalia Deives Farias da Silva, da FNP Consultoria. Os exercícios das opções poderão ser antecipados para setembro e outubro.