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Preço desanima produtores de milho

Produtores já colhem safrinha e esperam ajuda do clima para alcançar produção recorde.

Da Redação 03/07/2003 – O preço da saca de milho, ontem (02) vendido a R$ 13, está abaixo das expectativa dos agricultores que optaram pelo milho safrinha como cultura de inverno, em detrimento, principalmente, do trigo. Um dos principais motivos da queda no valor da saca, que era negociada a R$15,00 no dia 26 de maio, é a superprodução, uma das maiores safras colhidas no meio de ano dos últimos tempos.

Se não houver nenhum problema climático, principalmente geada, a produção de grãos do milho safrinha pode ficar entre 435 mil e 450 mil toneladas na região de Maringá. Em 2002, por exemplo, os agricultores colheram 5 mil toneladas do grão.

Segundo Dorival Aparecido Basta, economista do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura, o maior motivo desta alta produção é o aumento na área plantada com milho safrinha, passando de 130 mil em 2002 para 145 mil hectares este ano. Em compensação o trigo foi plantado em 57 mil hectares este ano, sete mil hectares a menos que na safra passada.

O motivo da escolha foi o preço do milho, que apresentava uma perspectiva econômica muito melhor que o trigo, com preço melhor e custo de produção mais baixo, envolvendo preparo de solo, semeadura, tratos culturais e colheita. Na maioria das propriedades a colheita começa na 2a. quinzena de julho, mas deve atingir seus auge nos meses de agosto e setembro. Basta avalia que 30% do milho safrinha está em fase de floração, 50% de frutificação e 20% de maturação.

MERCADO

O gerente comercial da Cocamar, José Cícero Aderal-do, acredita que o preço de R$13,00 a saca deve oscilar, mas tem um pequeno espaço para queda, devendo permanecer perto deste patamar. Dois fatores importantes são a cotação do dólar e do milho no mercado internacional, pois existe uma procura por paridade para se exportar o excedente da produção.

A queda do preço levou os produtores a reavaliarem suas estratégias de venda. O agricultor Edilson Komagome tem 120 alqueires plantados com milho safrinha em Floresta. A produção esperada é de 24 mil sacas. Para Koma-gome o preço está abaixo da expectativa e ele acredita que tende a cair ainda mais. Para cobrir os custo a este valor depende da produção.

“Se cair para menos de R$12,00 eu vou exportar. O que estou colhendo eu vou vender agora. O restante vou esperar. A primeira parcela do custeio no banco vence em novembro e dá para esperar até lá para vender o milho. É isso que a maioria deve fazer”, disse.