Os preços do milho, que até então estavam com tendência de queda, devem começar a se recuperar devido a diversos fatores, como o atraso na maturação da safra norte-americana e a redução da safra Argentina. A quebra de 10% na safra da China, país que era auto-suficiente na produção do grão, também deve colaborar para o aumento da demanda e, conseqüentemente, para a valorização da commodity.
De acordo com a rede de notícias Bloomberg, as lavouras nos EUA estão bem atrás do ritmo dos últimos anos, principalmente pelos atrasos no plantio, em maio, e às temperaturas abaixo do normal registradas em julho e agosto, que atrasaram o desenvolvimento das plantas.
Apenas 5% do milho havia sido colhido até o dia 27 de setembro, nos EUA, segundo informações do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). No ano passado, 8% da safra já havia sido colhida neste período. Nos últimos cinco anos, a média era de 18% de milho colhido para o período.
“As previsões de safras menores na China e na Argentina e o atraso nas colheitas dos EUA estão apoiando o mercado”, disse Hiroyuki Kikukawa, gerente da IDO Securities Co. Apenas 37% do milho nos 18 maiores estados produtores estava maduro até dia 27 de setembro. A média para o período nos últimos cinco anos era de 72%, de acordo com o USDA.
O milho para dezembro subiu 1,4%, para US$ 3,435 o bushel, o maior preço desde o dia 16 de setembro no Pregão Eletrônico da Bolsa de Chicago. Na segunda-feira (28) o grão estava em US$ 3,3875 às 14h26, no horário de Singapura.
A produção na China, o segundo maior produtor e consumidor do mundo, deve cair 10%, para 148,8 milhões de toneladas, vindo de 165,9 milhões de toneladas no ano passado. Segundo o Conselho de Grãos dos EUA, a quebra de safra se deve à forte estiagem no país.
A Argentina, segundo maior exportador, deve plantar a menor safra em duas décadas, depois que o governo impôs restrições na exportação, desestimulando os produtores.
Soja – Quase 63% da safra de soja estava começando a ter queda de folhas, o que é um sinal de maturação. Nos últimos cinco anos, a média foi de 77%.
“O clima na região central dos EUA continua sendo o foco do mercado nas próximas semanas, com o avanço das colheitas de milho e de soja”, informou Toby Hassall, analista da CWA Global Markets Pty, em Sidney, Austrália. “A nova safra de soja ainda parece vulnerável à queda nas próximas semanas”.
Trigo – O trigo para dezembro subiu 0,7%, para US$ 4,59 o bushel, depois de ganhar 1,3% Na segunda-feira (28), devido a especulações de que os produtores nos EUA devem plantar uma área menor das variedades de inverno, depois que os preços caíram para US$ 4,48 no dia 25 de setembro.
Além disso, uma onda de frio deve prejudicar as lavouras de trigo na Argentina, no início da floração, informou Tomas Parenti, engenheiro agrícola e membro da Bolsa de Cereais de Rosario.
As exportações de trigo da Argentina estão em declínio desde 2006, devido a redução na produção. Os embarques devem cair 83%, para 1,5 milhões de toneladas na safra de 2009/10, informou o USDA no dia 11 de setembro.
* Com informações da Bloomberg