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Preço dos grãos volta a cair na Bolsa de Chicago

<p>Icógnita do mercado e grande oferta são as justificativas dadas por economistas.</p>

Redação (22/07/2008)- O mercado voltou às fortes correções no mercado de grãos. O contrato de agosto da soja fechou ontem em US$ 14,09 por bushel na Bolsa de Chicago (CBOT), queda de 3,39% em relação ao pregão de sexta-feira. Gonzalo Terracini, consultor de gerenciamento de risco da FCStone, explica que o bom desenvolvimento das lavouras nos Estados Unidos ainda vigora entre os principais motivos da correção no mercado.

Relatório de andamento de safra divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) mostrou que, apesar do dilúvio que atingiu as plantações, 61% da área plantada de soja estão em condições de boas a excelentes, dentro da média histórica que é de 60%. "A planta se recuperou perfeitamente. A soja tem potencial de rendimento dentro da tendência", afirma Terracini.

Outro indicador baixista foi a resolução da celeuma na Argentina. O senado decidiu pelo fim do imposto que taxava 48% da exportação de soja em grão do país e o mercado espera que se normalize o escoamento da boa safra argentina, que atingiu 48 milhões de toneladas. "Acredito que a produção não sairá muito em grãos, mas em óleo e farelo. Mas, tem muito produto para sair ao mercado", avalia o especialista.

Milho

As cotações do milho em Chicago também tiveram forte correção de 3,3%. O contrato de setembro encerrou o pregão em R$ 5,8925, ante os US$ 6,950 de sexta-feira. Os fundamentos que fizeram a queda do milho são os mesmos para a soja, segundo Terracini. No desenvolvimento das lavouras de milho, de acordo com ele, ainda há uma incógnita ao mercado. O problema é que o relatório do Usda divulgou que a polinização da planta está com forte atraso. Apenas 34% das lavouras estão polinizadas, percentual que na média histórica é de 60% e que, no ano passado, foi de 72%.

Rentabilidade

Os forte recuos da soja estão deixando os produtores brasileiros da oleaginosa em alerta, sobretudo os do Centro-Oeste. Terracini calcula que o limite de preço em Chicago para compensar o cultivo no Mato Grosso – onde a logística provoca forte descontos nas cotações locais – é de US$ 14 por bushel, exatamente os níveis atuais. "Acredito que estamos muito próximos do fundo do poço para as correções", avalia.