Redação AI 21/08/2002 – O analista de mercado Oto Xavier, da Jox Assessoria Agropecuária, de Campinas (SP), avaliou a situação do mercado do milho no Brasil, a pedido do site Avicultura Industrial, fazendo algumas recomendações aos avicultores sobre como economizar com o grão.
“Como o milho é a matéria-prima mais volumosa nas rações de aves e suínos, é muito difícil economizá-lo pois, mesmo que haja, teoricamente, matérias-primas que o substituam, a exemplo do sorgo, num momento de mercado ajustado todo mundo parece ter a mesma idéia, além do que, as disponibilidades são muito limitadas. Segundo o IBGE, a produção brasileira de sorgo na presente safra será de apenas 974 mil toneladas. Para agravar ainda mais a situação dos produtores, estes, há tempos vêm operando com pesados prejuízos, o que limita créditos para a prazo, ao mesmo tempo em que praticamente liquida as possibilidades de compras a vista. Grande parte das empresas agropecuárias está com o capital de giro exaurido e, em termos de matéria-prima, trabalham praticamente sem estoques estratégicos, comprando da mão para a boca.
Com a produção de frangos batendo recordes e sem mostrar, até o final do mês de julho, sinais concretos de redução substancial (e com o mercado de câmbio escalando a cada dia) não se pode esperar uma tendência diferente no mercado de milho. A não ser a de acompanhar, em paralelo, a paridade internacional. Contudo, é claro que, até a entrada da nova safra – que a princípio não parece prometer uma boa intenção de plantio – pode haver uma redução na demanda por parte dos criadores de aves e suínos, que vêm operando com grandes prejuízos. Pode até mesmo acontecer o que ocorreu há dois anos. Naquela ocasião, quem especulou com milho no mercado não conseguiu realizar o lucro esperado pois, ao final da entressafra, as disponilidades existentes eram significativamente maiores que as projetadas pelo mercado”.