Redação (19/01/2009)- Os preços do milho nos mercados interno e externo voltaram a subir neste início de ano, de acordo com pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Entre 5 e 12 de janeiro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa subiu 13%, fechando na segunda-feira em 24,29 reais a saca de 60 kg. Na bolsa de Chicago (CBOT), a sustentação veio da elevação dos preços do petróleo e da soja, em decorrência do clima seco na América do Sul.
De acordo com o analista de mercado da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Pedro Arantes, externamente, o panorama nos últimos dias é de aumento do estoque de milho em todo o mundo, na casa de 8 milhões de toneladas. “Os Estados Unidos reavaliaram a safra acusando aumento na produção e, somado a isso, houve redução de consumo”, explica.
Com isso, o analista acredita na previsão de que este ano as exportações brasileiras devem ficar abaixo dos dois últimos períodos. Outro fator que deve contribuir para isso é a redução na produção do Paraná e Rio Grande do Sul.
No Brasil, os impactos da estiagem em especial nas lavouras do Sul e o crescimento das exportações nos últimos meses de 2008 contribuíram para reduzir a oferta agregada de milho. Além disso, segundo o Cepea, os produtores continuam limitando novas vendas, fazendo com que a demanda prevaleça, por isso, o preço tem subido.
Mesmo com os indicadores apontando aumento no preço da saca de milho, Pedro afirma que o valor ainda está abaixo da média histórica. Segundo ele, em Goiás, este índice é de 18 reais a saca e, atualmente, registra o valor de 16 reais. “Abaixo do valor de custo, que é de 21 reais”, lembra.
Apesar da perspectiva de baixa na produção brasileira, Pedro diz que não há risco de desabastecimento no mercado interno.
Safrinha
O aumento do preço do milho pode ser um incentivo para o produtor que pretende plantar a safrinha. Pedro explica que daqui a 40 dias a safrinha começa a ser plantada em Goiás e o cenário, hoje, é melhor do que há algumas semanas. “Além da melhora do preço, houve redução no custo com adubo”, diz.
Por outro lado, o clima pode desestimular. Segundo Pedro, a seca dos últimos dias é preocupante e as condições climáticas para o restante de janeiro precisa mudar, com incidência de mais chuvas.
A Associação Brasileira dos Produtores de Milho prevê a venda de 55 milhões de toneladas de milho no ano. A tendência, segundo a instituição, é que o País produza 50 milhões de toneladas.