Redação (25/08/2008)- A publicação Pro Farmer estimou nesta sexta-feira a safra de milho dos EUA deste ano em 12,152 bilhões de bushels, e a de soja em 2,930 bilhões de bushels, depois de um tour pelas principais áreas produtoras do Meio-Oeste.
Ambas as projeções foram levemente menores do que as divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) baseadas na situação das lavouras até 1o de agosto e foram consideradas altistas por traders de grãos em Chicago.
A Pro Farmer calculou uma produtividade média de milho em 153,3 bushels por acre, e uma média para o rendimento agrícola da soja em 39,95 bushels por acre.
A previsão pode variar em mais ou menos 1 por cento para o milho e em 2 por cento para a soja, dependendo das condições climáticas no final da safra.
O USDA estimou no início de agosto a produção de milho em 12,288 bilhões de bushels, e a safra da oleaginosa em 2,973 bilhões de bushels.
O departamento divulgará as próximas estimativas em 12 de setembro.
O grau de maturidade de ambas as safras estava abaixo do normal, segundo a Pro Farmer, por conta do tempo úmido e frio que prejudicou o plantio durante a primavera nos EUA. As enchentes em junho também influenciaram no desenvolvimento das plantas.
O crescimento do milho foi afetado por um número menor de dias propícios ao desenvolvimento das plantas durante o verão.
"Os dois fatores estão diminuindo a velocidade de desenvolvimento, deixando grande parte da safra vulnerável a prejuízos no rendimento, mesmo se a primeira geada da temporada ocorrer mais tarde", afirmou o editor da Pro Farmer, Chip Flory.
O prolongamento do tempo seco recentemente também gerava receios.
"Temos muitas vagens de soja por aí que vão precisar beber uma ou outra coisa, caso contrário não estarão lá quando as máquinas passarem", disse outro editor da Pro Farmer, Roger Bernard.
"Se houvesse uma ocasião em que fosse necessário um final perfeito para o desenvolvimento das lavouras, esta seria uma delas", avaliou Bernard.
Os relatórios de campo do tour apontaram incertezas em relação aos prognósticos de soja em particular, impulsionando os preços da oleaginosa em Chicago nesta semana – apesar das principais influências altistas terem sido uma recuperação nos preços do petróleo e a desvalorização no dólar.
No caso do milho, as previsões diárias sobre os rendimentos do cereal superavam as médias dos últimos três anos em cada um dos sete Estados pesquisados, mas os participantes encontraram indícios de déficit de nitrogênio e raízes pouco profundas, fatores que podem prejudicar o desenvolvimento no final da safra.