A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2009 deve ser 8,1% menor do que a safra recorde de 2008 e totalizar 134,1 milhões de toneladas, 8,5 mil toneladas a menos do que a projeção divulgada em setembro. Devido às condições climáticas que afetaram a Região Sul, o Instituto Brasileiro Geografia Estatística (IBGE) apresentou hoje (05/10) a décima estimativa revisada.
De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, a retração da colheita reflete os impactos das chuvas sobre as culturas de inverno, em especial, a queda da produção de trigo, a principal lavoura da estação, em Santa Catarina e no Paraná. Devido a esses efeitos climáticos, o estado de Mato Grosso ultrapassará o Paraná e neste ano será o maior produtor nacional de grãos.
“Temos no campo agora culturas de inverno e esse foi um inverno chuvoso na Região Sul. O excesso de chuvas aumenta a incidência de doenças e o excesso de umidade no grão, fazendo cair a qualidade do produto”, explicou o coordenador da pesquisa do IBGE, Mauro Andreazzi, lembrando que a safra de 2008 foi recorde e chegou a 146 milhões de toneladas, marca “díficil de ser alcançada”.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) também divulgou hoje, em Brasília, a projeção para safra de trigo em 2009, mostrando que a produção do cereal, dependente de importações, deve cair 14,3% na safra 2009/2010 em relação ao resultado anterior.
Para o ano, o IBGE também divulgou as projeções das três principais culturas no país, que respondem por 81,4% da área plantada, e apresentam variações distintas de 2008 para 2009. A estimativa é de acréscimo de 2,2% na área de soja, queda de 4,6% na de milho e aumento de 1% na de arroz. Quanto à safra, apenas o arroz deverá ter avanço, de 4,2%. Para soja, a estimativa é de queda de 4,8% e para o milho, de 13,3%.
Em relação à área a ser colhida, de um ano para o outro, a projeção é de queda de 0,2%, totalizando 47,2 milhões de hectares. Assim, a safra de grãos ficará distribuída entre as regiões Sul, com 52,6 milhões de toneladas; Centro-Oeste, com 48,9 milhões; Sudeste, com 17,2 milhões de toneladas; Nordeste, com 11,7 milhões de toneladas e Norte, com 3,8 milhões.