O Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês), ajustou para baixo sua estimativa para a produção mundial de trigo e grãos forrageiros como o milho nesta safra 2011/12. Apesar de a correção ter sido pequena e de não ter resultado em redução das projeções de estoques, as novas previsões podem representar sustentação extra para as cotações desses produtos no mercado internacional, que já está particularmente sensível a quaisquer cortes na oferta tendo em vista as reservas em geral abaixo das médias históricas.
Conforme levantamento divulgado pelo IGC na quinta-feira, a produção global deverá somar 1,803 bilhão de toneladas, 5 milhões a menos que o estimado em abril. Em relação ao cálculo da entidade para o ciclo 2010/11 (1,733 bilhão de toneladas), ainda há um aumento de 4%. Como a previsão para o consumo mundial foi reduzida para 1,812 bilhão de toneladas – eram 1,818 bilhão em abril -, ainda 1,3% superior ao de 2010/11, a estimativa para os estoques de passagem foi elevada para 338 milhões de toneladas em 2011/12, 4 milhões a mais que o previsto em abril. Apesar desse aumento, a queda na comparação com o ciclo passado chega a quase 3%, ou 10 milhões de toneladas.
A redução da estimativa do IGC para a produção global de trigo e grãos forrageiros refletiu sobretudo o corte efetuado pelo órgão na produção de trigo. Em relação à estimativa de abril, o novo número para o cereal é 5 milhões de toneladas menor. No caso do milho, o novo levantamento trouxe poucas novidades e ajustes para produção, comércio e consumo. Mas a resultante dessas correções mínimas foi positiva para os estoques de passagem. O IGC acredita que as reservas ficarão em 116 milhões de toneladas, ante as 11 milhões estimadas em abril. Em 2010/11, foram 121 milhões, sempre conforme o órgão.
Em sua análise sobre preços, o conselho destacou que, pelo lado dos fundamentos, as preocupações com o clima adverso em regiões importantes de produção do Hemisfério Norte ganharam fôlego. Nesse ponto, as atenções estão nos Estados Unidos e na região do Mar Negro, onde a forte estiagem do ano passado derrubou as colheitas e abriu espaço para as disparadas das cotações de trigo, milho e soja a partir de julho. Mas o IGC ponderou que as influências externas a informações sobre oferta e demanda de cada mercado, como a queda dos preços internacionais do petróleo, voltaram a dar o tom.
Para o arroz, o conselho ainda não trouxe previsões para 2011/12, e no relatório de quinta-feira promoveu apenas uma leve redução na estimativa de estoques de passagem, agora calculados em 96 milhões de toneladas – nível histórico até elevado.