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Produção de grãos deve crescer no país embalada por boa demanda mundial

<p>Embalada por preços internacionais sustentados e demanda mundial em alta, a produção brasileira de grãos, fibras e cereais deve superar 142 milhões de toneladas na safra 2007/08, segundo prospecção inédita da Conab.</p>

Redação (05/09/07) – As cinco principais culturas, que começam seu ciclo produtivo a partir deste mês, devem ter crescimento médio próximo de 8% na área plantada e de 7% no volume quando comparado ao desempenho da temporada anterior. 

Mantidas as condições climáticas favoráveis e os bons níveis de produtividade das lavouras, a nova safra de algodão, arroz, feijão, milho e soja, que será colhida em janeiro de 2008, deve somar 134,5 milhões de toneladas. No ano-safra 2006/07, mesmo com uma redução de 3,6% na área – para 46,16 milhões de hectares -, a safra total somou 131,44 milhões de toneladas, 7,3% mais que os 122,53 milhões de toneladas de 2005/06. O acréscimo de 8,9 milhões de toneladas deveu-se a uma elevação média de 11,3% na produtividade das lavouras do país. Clima, tecnologia e preços favoráveis ajudaram no desempenho recorde, disse o diretor de Logística da Conab, Silvio Porto. 

As projeções, realizadas antes do primeiro levantamento oficial da safra, apontam preços firmes, elevação do consumo e redução dos estoques mundiais, sobretudo no Brasil. "Os preços ao produtor vão continuar em alta nos próximos meses. Se o clima ajudar, haverá uma boa recuperação da renda rural", previu Silvio Porto. 

O milho é um caso exemplar, segundo a Conab. O grão deve seguir com demanda aquecida em razão da crescente produção de etanol nos EUA e das importações da União Européia, China e Índia. O aumento da renda no Brasil, que provoca maior consumo interno de carnes, e a alta das exportações de bovinos, suínos e frangos também devem pressionar as cotações do cereal. 

A Conab prevê uma queda de 19,2% para 16,8% no estoque final de milho brasileiro diante da demanda crescente – no mundo, o índice cai a 13,3%. A produção deve saltar de 51,07 milhões para 55 milhões de toneladas. "Mas o consumo vai passar de 40,3 milhões para 53,5 milhões de toneladas", calculou Porto. Outros 8,5 milhões serão exportados. "O Brasil será um grande exportador de milho, principalmente porque há demanda forte para o grão não-transgênico". Segundo ele, o prêmio pelo produto já atinge US$ 70 por tonelada. Neste safra, o preço deve ficar acima dos atuais R$ 25 por saca, sem impostos e no porto. 

A soja continuará como principal aposta dos produtores em rentabilidade. A produção deve saltar de 58,39 milhões para até 62 milhões de toneladas. Nas condições atuais, a soja tem margens melhores. Em Londrina (PR), resulta em R$ 10,30 por saca para quem colher 34 sacas por hectare – o milho rende R$ 0,94 com 94 sacas. Em Primavera do Leste (MT), a soja rende R$ 6,5 com 39 sacas ante margem negativa de R$ 2,72 para quem colher 120 sacas de milho. 

Os estoques mundiais devem seguir em baixa, mas a Conab prevê preços, no curto e médio prazos, acima de US$ 18 por saca base porto. "O estoque final deve cair de 64,5 milhões para 51,6 milhões de toneladas e o consumo aumentará mais 10 milhões", resumiu Porto. 

O cenário para o algodão também é positivo, diz a Conab. A pluma colherá os efeitos do consumo superior à produção mundial, e o mercado deve operar com preço entre US$ 0,60 e US$ 0,70 por libra-peso. Na safra anterior, a cotação chegou a US$ 0,45. Mesmo com estoques internos mais altos, a demanda mundial deve crescer 1,1 milhão de toneladas, prevê a Conab. Por isso, a produção nacional deve saltar de 1,52 milhão para 1,67 milhão de toneladas. O estoque final deve cair de 12,6 milhões para 11,22 milhões de toneladas.