Redação (14/10/2008)- A alta no preço dos insumos e as oscilações no mercado internacional são fatores que irão influenciar a safra de milho do Paraná, maior produtor nacional do grão. Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), do governo do Estado, a redução na área plantada deve chegar a 6,3%, passando de 1,38 milhão de hectares para 1,295 milhão de hectares. A produção deve ser 9,1% menor que na safra passada, ou seja, 8,81 milhões de toneladas, contra 9,69 milhões de toneladas em 2007/2008. Alguns produtores estão optando por aumentar a área de soja ou substituir o milho por outra cultura.
No município de Prudentópolis, região central do Estado, a área com plantio de feijão pode passar de 30 mil hectares, enquanto o milho deve ocupar apenas metade desse território. O gerente do Departamento Técnico da Cooperativa Agroindustrial Mista de Prudentópolis, José Tarcísio Pontarolo, afirma que, entre os cooperados, a redução com o milho chega a 30%.
"O produtor sentiu no bolso a diferença e, apesar de o mercado do feijão ser mais instável, o preço, na casa de R$ 180 a saca, está estimulando o plantio", comenta. O milho, que bateu recordes no mês de junho, sendo vendido a US$ 296 a tonelada, na última semana foi comercializado em torno de US$ 168 a tonelada.
Segundo a engenheira agrônoma do Deral Margorete Demarchi, os levantamentos apontam para uma redução mais significativa na área de milho na região sul do Paraná, que hoje responde por 50% da produção do grão no Estado. "Em localidades como Ponta Grossa, Guarapuava e União da Vitória, a diminuição no plantio pode chegar a quase 8%", estima. Em outras regiões, quem não reduzir a área poderá reduzir o uso de tecnologia ou adotar o uso racional de fertilizantes.