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Produção de soja deve aumentar 6,7% na próxima safra no MT

<p>A produção da próxima safra é estimada em 16,381 milhões de toneladas ante R$ 15,359 milhões de toneladas atingidas no período passado.</p>

Redação (09/11/2007)- Dados do segundo levantamento de intenção de plantio da safra 2007/2008 da Companha Nacional de Abastecimento (CONAB) apontam que a produção da soja em Mato Grosso deve aumentar 6,7% em relação ao ano agrícola anterior. A produção da próxima safra é estimada em 16,381 milhões de toneladas ante R$ 15,359 milhões de toneladas atingidas no período passado. A área plantada da oleaginosa também está prevista para expansão em 5,6%. A expectativa da CONAB é da área agricultável subir para 5,411 milhões de hectares. Na safra passada os sojicultores plantaram o grão em 5,124 milhões de hectares.

No estudo, a CONAB pondera que o aumento da área plantada se deve aos bons preços internacionais e a expectativa do aumento da demanda no mercados interno e externo. No Brasil o crescimento é esperado em 2,5%, aumento de 514,4 mil hectares a mais que no ano agrícola passado. Se há mais lavouras de soja no país, também se espera mais produção do grão. A companhia prevê elevação de 1,7% na safra 2007/2008, atingindo 59,372 milhões de toneladas ante 58,391 milhões de toneladas da safra anterior.

O crescimento da área ocorreu nas terras que deixaram de ser plantadas no ano agrícola passado quando os preços da commoditie não estavam atrativos no mercado exterior e o câmbio desfavorável.

O presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Glauber Silveira, é cauteloso quanto ao aumento da produção. Apesar de crer que os preços animaram os produtores em aumentar as lavouras do grão, ele pondera que isso pode não resultar em produção com níveis expressivos, como os da CONAB. "Os americanos prevêem queda na produção de soja brasileira. Essa é a tendência do mercado internacional".

A preocupação, na verdade, é de que se a produção aumentar em demasia, os preços voltem a despencar. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Ottoni Prado, destaca que com o câmbio em R$ 1,74 e com previsão de descer para R$ 1,65 na época da colheita não deve favorecer uma produção mato-grossense da soja. "Acredito no aumento da área".


Arroz e milho terão as áreas reduzidas

O milho e o arroz são os "patinhos feios" da produção mato-grossense de grãos, conforme os dados da CONAB. As previsões são de redução da área plantada e dos resultados em toneladas de produção. Os problemas climáticos devem prejudicar o plantio do milho no Estado. Em Mato Grosso a diminuição da área plantada é esperada em 2,8% baixando de 1,592 milhão de hectares (safra anterior) para 1,547 milhão (2007/2008). A produção deve cair em 4,8% e estacionar em 5,582 milhões de toneladas. O resultado anterior foi de 5,864 milhões de toneladas.

O presidente da Famato, Rui Prado, explica que com o atraso da entrada do período das chuvas, o plantio da soja foi tardio, cerca de 15 dias após a data em que deveria começar a cultivar o grão. A colheita deve se estender e comprometer o plantio do milho safrinha, que ocorre após a retirada da soja da terra.

Já o arroz deverá sofrer queda da área plantada de 280 mil hectares para 250 mil hectares, diminuição de 10,8%. Segundo o levantamento da CONAB, a produção deve cair de 734 mil toneladas para 657 mil toneladas, baixa de 10,5%. Rui Prado explica que desde o ano passado as áreas agricultáveis do arroz estão reduzindo porque o cereal em Mato Grosso é culturalmente plantado com a abertura de novas áreas. "Como houve a queda no desmatamento no Estado a tendência é de reduzir o plantio. Não duvido que o Estado deixe de cultivar o arroz".

Para a CONAB, a redução da área plantada do arroz se deve à substituição do grão por outras culturas de maior rentabilidade, como a soja e o algodão. A qualidade das variedades e o baixo rendimento do arroz sequeiro, em relação ao arroz irrigado (cultivado no Sul), impedem uma produção mais competitiva para a ocupação de novas áreas.