Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Soja

Produção sustentável de grãos no Paraná é destaque em seminário

Evento é promovido pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná/Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Sistema FAEP/SENAR-PR), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e Embrapa.

DCIM100MEDIADJI_0100.JPG
DCIM100MEDIADJI_0100.JPG

Em paralelo à agenda da Reunião de Pesquisa de Soja, que ocorre hoje (24), das 8h às 12h, no buffet Planalto em Londrina (PR), o seminário sobre Produção Sustentável de Grãos no Paraná. Este evento é promovido pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná/Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Sistema FAEP/SENAR-PR), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e Embrapa.

A programação compreende dois painéis abordando o Manejo de Solos em Sistemas de Produção de Grãos e os resultados da adoção das boas práticas agrícolas na produção de soja no Paraná. Durante o seminário, serão apresentados os resultados dos levantamentos anuais, conduzidos desde 2013, junto aos produtores do Paraná.

No que diz respeito à coinoculação (bactérias Bradyrhizobium + Azospirillum), na safra 2022/23, os produtores paranaenses que adotaram essa tecnologia experimentaram um aumento médio de 8,22% na produtividade. “Esse incremento equivale a 4,7 sacas de soja, o que, considerando os preços atuais, se traduz em um acréscimo de R$ 584,00 por hectare, com o uso dessa tecnologia”, destaca André Prando, pesquisador da Embrapa Soja.

Segundo Prando, um levantamento conduzido pelo projeto Grãos Sustentáveis junto aos produtores do Paraná constatou que o uso de inoculantes com as bactérias Bradyrhizobium na safra 2022/23 foi adotado em 70% das lavouras paranaenses, e cerca de 26% dos produtores optaram pela coinoculação. “Apesar de termos espaço para crescimento, estamos comemorando esse aumento na adoção desse bioinsumo, uma vez que traz vantagens econômicas e ambientais”, diz o pesquisador.

O Manejo Integrado de Pragas (MIP-Soja) é outro exemplo de tecnologia adotada no Paraná que possibilita uma redução de cerca de 50% no uso de inseticidas. Nas 1.639 lavouras acompanhadas ao longo do projeto, o número de aplicações de inseticidas foi reduzido de 3,16 para 1,7, representando uma economia de 2 sacas de soja por hectare. “A redução no uso de produtos químicos diminui a exposição dos aplicadores e promove uma agricultura mais sustentável, com menor custo e maior rendimento”, defende Edivan Possamai, coordenador do projeto Grãos do IDR-Paraná.

Além disso, Possamai explica que foram monitoradas 1.315 lavouras no Paraná em relação ao manejo integrado de doenças. As propriedades assistidas conseguiram reduzir o número de aplicações de fungicidas de 2,6 para 1,6 por hectare. “Esses números indicam uma economia de 1,5 saca de soja por hectare devido à redução no uso de produtos químicos. Além de promover uma agricultura mais sustentável ambientalmente, o produtor também se beneficia economicamente ao reduzir os custos de produção”, explica Possamai.

O Projeto Grãos Sustentáveis foi estabelecido em 1998 e, a partir de 2013, intensificou suas atividades, incluindo a instalação de unidades de referência tecnológica junto aos agricultores do Paraná para incentivar a adoção de práticas sustentáveis na produção de soja. “Essa iniciativa se destaca em âmbito nacional ao oferecer capacitação contínua à assistência técnica para auxiliar as decisões dos agricultores rumo a uma agricultura mais sustentável”, afirma.

O painel sobre o manejo de solos aborda como o manejo conservacionista de solo pode reduzir o risco climático. De acordo com Bruno Vizioli, analista técnico do Sistema Faep/Senar, os solos conservados retêm mais água e possuem menor risco de quebra de safra durante os veranicos, o que é vantajoso financeiramente para o produtor. O painel também apresentará os resultados de pesquisas financiadas pelo Sistema FAEP/SENAR-PR, com a divulgação de dados preliminares da Rede Agropesquisa. “O foco destas apresentações é conscientizar os agricultores de que é possível produzir mais e melhor através do planejamento adequado do solo, evitando problemas legais relacionados ao uso inadequado do solo”, destaca.