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Produtor goiano perde R$ 1 bilhão

<p>Com a queda dos preços da soja e do algodão, o valor da produção goiana de grãos somou R$ 3,5 bilhões no ano passado, 21,8% menos que na safra de 2005, que atingiu R$ 4,5 bilhões.</p>

Redação (20/07/07) – Na comparação com 2004, quando o valor da produção chegou a R$ 6,1 bilhões, a agricultura goiana perdeu ainda mais, R$ 2,5 bilhões. O baixo valor desestimulou a produção de grãos do Estado, que caiu de 11,3 milhões de toneladas em 2005 para 10,5 milhões de toneladas, no ano passado, uma queda de 7%, segundo a Pesquisa Agrícola Municipal (PAM) de Grãos, divulgada nessa quinta-feira (19/07) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Responsável por 9% da produção nacional, Goiás é o quarto maior produtor de grãos do Brasil e o maior de sorgo. Jataí, o quinto maior produtor de grãos do Brasil, também lidera a de sorgo e é o segundo maior produtor nacional de milho. Jataí e Rio Verde são destaque na produção nacional de soja. Por outro lado, o município de Unaí (MG) superou Cristalina na produção de feijão, que passou a ocupar a segunda colocação. O técnico do IBGE, Carlos Alfredo Barreto Guedes, explica que a safra goiana de feijão sofreu os efeitos de problemas climáticos em 2006.

Já a produção goiana de soja caiu 13,8% e a de algodão foi 53% menor no ano passado por causa da desvalorização do dólar frente ao real, já que estes são cotados pelas bolsas internacionais e voltados à exportação. “Como os preços não estavam tão atrativos, os produtores reduziram a área plantada”, explicou Carlos Guedes. Ele descarta a possibilidade de influência da expansão das lavouras de cana-de-açúcar no Estado, já que essa produção ainda cresce em áreas de pastagem.

A produção nacional de grãos cresceu 4,1% em 2006, atingindo 117,3 milhões de toneladas. Mas, mesmo nos casos em que houve aumento da safra nacional, como a soja, o valor foi menor em virtude da valorização do real. Para o técnico do IBGE, isso explica a redução da área plantada em 2006, que foi 5,2% menor em relação a 2005.

Segundo ele, o plantio menor foi compensado pelo aumento da produtividade por conta da melhor regularidade e distribuição de chuvas no ano passado.

Para o presidente da Comissão de Grãos, Fibras e Oleagenosas da Federação da Agricultura de Goiás (Faeg), Alécio Maróstica, a produção goiana foi desestimulada pelo alto índice de endividamento dos produtores do Estado e pela perda do valor da produção por conta do câmbio desfavorável, resultando em redução da área plantada no Estado. Diante da falta de capital, o produtor também reduziu investimentos em tecnologia.

Alécio Maróstica lembra que o dólar vem afetando os ganhos do produtor desde 2003, principalmente no caso do algodão e da soja. O ano de 2006 foi o pior, quando a soja chegou a ser vendida por R$ 21,00 para um custo de produção de R$ 25,00. Para ele, o governo precisa considerar a queda do valor da produção na renegociação das dívidas, que sofrem acréscimo de 10% de juros anuais.