Redação (25/03/2009) – Aproveitando as boas condições do tempo seco, e elevação dos preços para faixas entre R$ 46 a R$ 47 a saca de 60 quilos, os produtores de soja paranaense estão acelerando a colheita e a comercialização da safra nos últimos dias. "Como quase não houve financiamento por parte dos fornecedores de insumos no ano passado, devido a crise de crédito, boa parte dos produtores quer vender logo sua produção para quitar as dívidas com aquisição de insumos de uma só vez", informa Flávio Turra, gerente técnico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). Segundo ele, o movimento é parecido com o que ocorreu no ano passado quando os produtores aceleraram a comercialização, mas por causa dos bons preços.
"Há outros motivos como o anúncio, nos próximos dias, da safra americana, que deve crescer 8%. Isso também explica a pressa". Ainda segundo o técnico da Ocepar, a estiagem do final de ano antecipou o ciclo de maturação da soja, o que está permitindo o rápido avanço da colheita. Os produtores de soja do Paraná colheram até aqui 50% da área plantada, e as demais lavouras estão em fase de maturação (65%), frutificação (33%) e floração (2%).
As condições da cultura, segundo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura, oscilam entre boas (60%), médias (26%) e ruins (14%). A produtividade está na faixa de 2.077 quilos/hectare, contra uma previsão inicial de 3.000/3.200 quilos/hectare prejudicada pelas secas de final do ano. Na avaliação dos técnicos do Deral, a produção será 17,3% inferior à da última temporada, quando foram colhidos 12,17 milhões de toneladas, atingindo a 10,06 milhões de toneladas.
Segundo Flávio Turra, neste momento, entre 24% a 25% da safra já está comercializada e esse número deve ficar próximo a 30% até o final de março. "No ano passado a comercialização atingiu a 33% no final de março", explicou ele. Segundo analistas, os bons preços do mercado estão sendo mantidos com base no relatório de 11 de março do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos que indicou uma produção mundial de soja de 223,27 milhões de toneladas contra uma produção de 224,15 milhões de toneladas de soja no relatório de fevereiro.
Em relação ao Brasil, a produção de soja foi mantida em 57 milhões de toneladas, com exportações estáveis em 24,90 milhões de toneladas. Houve reavaliação da produção Argentina que foi reduzida de 43,80 milhões para 43,00 milhões de toneladas. As exportações passaram de 12,70 milhões para 11,70 milhões de toneladas. Ou seja, um corte de um milhão de toneladas.