Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Produtores ameaçam deixar de realizar o plantio da safra 2006/2007

<p>Representantes de entidades do setor agrícola e produtores da região reuniram-se na sexta-feira para discutir o último pacote do governo federal.</p>

Redação (11/07/06)- O encontro aconteceu na sede da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (ACIPG) e foi promovido pela vice-presidência de Agricultura da entidade e a Sociedade Rural dos Campos Gerais. O grupo analisou detalhes das medidas e concluiu que os R$ 50 bilhões anunciados pelo governo são insuficientes. Os produtores alertam que podem deixar de realizar o plantio para a safra 2006/2007.

Para o membro do Sindicato Rural de Castro e produtor Eduardo Gomes, o pacote provoca o estanque imediato das dívidas. “Ele evita uma enxurrada de ações judiciais de cobrança”, analisa. As medidas oferecem empréstimos ou alongam os atuais débitos, mas a negociação e obtenção do crédito dependem dos agentes financeiros. Assim, quem possui dívidas com o Banco do Brasil tem mais facilidades para alcançar crédito. Conforme estimativa da Sociedade Rural, isto atinge 40% dos produtores da região. Os demais possuem dívidas com fornecedores de insumos ou bancos privados e enfrentam dificuldades na negociação.

O diretor de Agropecuária da ACIPG, Luis Eduardo Pilatti, frisa que as medidas são paliativas. “É um pacote imediatista porque ano que vem teremos o problema novamente”, afirma. A dívida do setor agropecuário já é 50% maior do que a produção prevista para o próximo ano. Para Pilatti, o problema é que a política econômica adotada nos últimos anos privilegia outros setores da economia. O governo mantém a taxa de juros alta, que provoca a queda do dólar e pressiona para baixo os preços mínimos dos produtos agropecuários.

Estes fatores podem inviabilizar a produção. “Não temos mais o que fazer. Cada produtor tem que analisar as condições de prosseguir, porque a previsão é que o cenário não se altere”, analisa Pilatti. O plantio para a safra 2006/2007 inicia agora, no segundo semestre, com milho e feijão em agosto e soja em outubro. Produtores do setor devem se reunir novamente nos próximos dias para buscar alternativas.