Redação (11/03/2009)- Líderes ruralistas argentinos disseram ter havido poucos resultados na reunião de terça-feira com o governo, mas afirmaram que voltaram a se encontrar na próxima semana para continuar reivindicando ajuda emergencial contra as secas e alíquotas menores para a exportação de soja.
Governo e agricultores tentam resolver um conflito que já dura um ano e que afeta as bilionárias exportações argentinas de soja.
"Não vamos recuar na questão das alíquotas", disse a jornalistas depois da reunião Eduardo Buzzi, presidente da Federação Agrária Argentina.
A ministra da Produção, Débora Giorgi, disse que houve acordos concretos na terça-feira e que as necessidades dos agricultores precisam ser equilibradas com as da sociedade como um todo.
"Continuamos trabalhando, embora às vezes pareça que nada está suficientemente bom", disse ela em entrevista coletiva.
O governo se recusa a negociar as alíquotas sobre a soja, um imposto que é uma importante fonte de renda para o governo num momento de redução da arrecadação fiscal. Mas Buzzi disse que os agricultores vão continuar pressionando o Congresso a resolver a questão.
Ele declarou ainda que os produtores irão reivindicar impostos mais baixos para a exportação de outros produtos, como trigo, milho, sementes de girassol e carne.
Na semana passada, os ruralistas aceitaram vários acordos com a presidente Cristina Kirchner, mas posteriormente se queixaram de que os acordos sobre os preços do trigo e a exportação de carne e laticínios não teriam sido implementados conforme foi definido.
Porém, na terça-feira agricultores disseram que funcionários do governo haviam prometido retificar as publicações oficiais de modo a resolver tais diferenças.
A Argentina é um dos maiores fornecedores mundiais de soja, óleos vegetais, milho, trigo e carne. A acalorada disputa agrícola elevou os preços internacionais, já que os compradores temem que protestos rurais prejudiquem os embarques.