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Produtores de soja não-transgênica recebem prêmio de R$ 2,30 por saca

A soja transgênica foi utilizada para exportação em territórios europeus e asiáticos.

Redação (6/4/2009) – As grandes cooperativas paranaenses estão pagando prêmio de até R$ 2,30 por saca de soja convencional de 60 quilos para atender clientes, principalmente europeus e asiáticos, que não aceitam soja geneticamente modificada.

A publicação informa que a maior cooperativa do País, a Coamo, de Campo Mourão, no Noroeste do Paraná, está pagando R$ 2,00 a mais por saca de soja convencional na atual safra, segundo revela seu presidente, José Aroldo Galassini. No ano passado, das 2,4 milhões de toneladas que a cooperativa movimentou, 900 mil toneladas foram do produto livre de transgenia.

A matéria do jornal paulista prossegue: "Nós temos de atender clientes europeus que usam soja para alimentação e não querem o produto modificado. Este prêmio é formado por estes contratos que exigem a soja convencional. Do total, 40% ficam com a cooperativa e 60% vão para o produtor", conta Galassini. "Fazemos isso há vários anos, mas antes o prêmio era menor, variava de R$ 1,00 a R$ 1,40", acrescenta. Segundo ele, o sobre preço é formado nos contratos e a cooperativa fica com uma parte "pelos investimentos que faz para segregar o produto, principalmente em novos armazéns".

Da mesma forma que a Coamo, a Cocamar e a Integrada, além de outras grandes cooperativas como a C.Vale, a Copacol e a Cocari também fazem a segregação dos grãos para atender clientes específicos.

Segundo Silvio Krinski, da gerência técnica da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), a soja convencional se transformou num nicho, mas ele é muito importante neste momento do mercado. "O que está ocorrendo é que a soja transgênica está perdendo seu grande atrativo que é o menor custo de produção. Com o prêmio que está sendo pago e a elevação que houve no preço do glifosato os custos praticamente empataram", conta ele. Depois, há regiões no Paraná como no Centro-Sul do estado onde as variedades transgênicas são bem menos produtivas que a convencional.

E finaliza: "Todo esse quadro está fazendo com que no Paraná o produto transgênico não deslanche e, inclusive, perca espaço. Segundo levantamento da Associação Paranaense de Sementes e Mudas (Apasem), para a safra 2008/09, já houve menor demanda por soja transgênica. De um total de 4,07 milhões de sacas de sementes disponíveis no mercado, 56% eram de semente convencional e 44% de transgênica [contra os 48% de semente convencional e 52% de transgênica na safra anterior]."