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Produtores do Paraná conhecem vantagens da soja biodinâmica

Os preparados que aumentam a fertilidade do solo e controlam pragas e doenças da soja são os grandes diferenciais do sistema biodinâmico.

Redação (19/02/2009)- Um Dia de Campo no Paraná mostrou a viabilidade da soja biodinâmica a produtores interessados nesta nova forma de cultivo e manejo do grão. Os preparados que aumentam a fertilidade do solo e controlam pragas e doenças da soja são os grandes diferenciais do sistema biodinâmico, aliados a uma mudança radical de comportamento do produtor em relação à cultura e até à propriedade.

As pragas na soja biodinâmica podem ser controladas com produtos fabricados com matéria-prima natural pelo produtor. Em São Pedro do Ivaí, na região norte do Paraná, os participantes do evento também visitaram a lavoura para ver como se comportam variedades conhecidas de soja quando conduzidas pelo sistema biodinâmico.

Hoje são aplicados sete preparados especiais para a soja biodinâmica. Entre os ingredientes das fórmulas estão a camomila, o dente-de-leão, a sílica, casca de carvalho e até esterco de gado. O custo e a produtividade são próximos aos da soja convencional, mas o que chamou a atenção dos produtores foi o preço de venda, bem diferente.

Valdir Bolognini, dono de 45 hectares de soja biodinâmica em São Pedro do Ivaí, adota o sistema há sete anos e está satisfeito.

– Estou vendendo por 60% acima do valor da [soja] convencional, cotação de Ponta Grossa. Dá mais trabalho, mas é melhor para a aplicação das caldas que não são produtos químicos, de alta periculosidade – conta o produtor.

Os defensores do método dizem que os produtos naturais ajudam a planta a absorver melhor a luz do sol e os nutrientes do solo, o que potencializa a fotossíntese e deixa a soja biodinâmica mais resistente e saudável, inclusive em períodos de estiagem.

– A soja aguenta de 20% a 30% mais em relação à convencional nesse sistema, fazendo adubação verde e rotação de cultura – diz Vagner Antonio Mazeto, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).

O sistema biodinâmico pode ser considerado uma extensão do orgânico e exige dedicação.

– É preciso voltar a estudar [o sistema] junto às instituições, porque é diferente, e usar muito mais tecnologia do que no plantio de soja convencional ou transgênica – explica o produtor de biodinâmicos Sérgio Pegoraro.

O Paraná tem pouco mais de quatro mil hectares com a soja biodinâmica e toda a produção é exportada.

– Quando tem qualidade para consumo humano vai para o Japão, a Holanda, Suécia e Alemanha. Em forma de farelo para ração animal é destinada ao Equador, países da África do Sul e alimenta camarões exportados para a Europa – revela Mauro Reichert, que é comprador do produto.

Produtor de soja convencional, Pedro Polizelo aprovou o método.

– É o futuro não só da saúde do brasileiro, como também da população dos países que compram nosso produto – garante ele.