Agricultores da região dos Campos Gerais, no Paraná, ampliaram a área plantada em 14% nesta safra com a expectativa de uma colheita muito maior em relação ao ano passado. Com mais trigo na lavoura, houve mais prejuízos por conta das condições climáticas. Faltou chuva e geou demais.
Nos 350 hectares do produtor Guilherme de Geus, que ficam no município de Tibagi, 175 mil quilos de trigo se perderam na lavoura desde o início do plantio. “A minha expectativa era colher cerca de 3,8 mil a 4 mil quilos por hectare. Hoje, vai reduzir de 3,4 mil a 3,5 mil por hectare”, calcula.
O produtor Fred Biersteker também deve colher menos grãos nos 170 hectares cultivados. “O mais importante é que precisa ter qualidade desse trigo. Sem qualidade, a gente não consegue ter bons preços”, diz.
A saca está sendo comercializada por uma média de R$ 26 e o custo de produção é de R$ 24. A qualidade dos grãos que resistiram à geada e à chuva é boa, o que fez com que os moinhos paranaenses voltassem a comprar o trigo cultivado no Paraná.
“Os moinhos estão mais interessados na nossa matéria prima. Assim, não temos que fazer boa parte da nossa venda via governo. O produtor tem um preço melhor e um fluxo de comercialização mais rápido, ou seja, o produtor recebe antes o pagamento pela sua produção”, explica Anacleto Ferri, gerente da cooperativa.