Redação (16/03/2009) – A crise mundial saiu dos grandes conglomerados urbanos, migrou para vários setores e tem causado dificuldade na comercialização de produtores agrícolas, incluindo os de Mato Grosso.
Na avaliação da Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), o momento é delicado. Mesmo que em fevereiro as vendas externas tenham somado US$ 369,25 milhões – uma alta de 38% em relação a fevereiro de 2008 -, quando as negociações totalizaram US$ 267,33 milhões, os produtores de soja mato-grossenses não comercializam mais no mercado futuro.
O presidente da Aprosoja, Glauber Silveira, explica que antes da crise os sojicultores negociavam com as tradings antes mesmo de começar a colher o produto, inclusive recebiam uma parte do que estava sendo vendido.
O que não acontece nesta colheita 2008/2009, pois as tradings estão exportando apenas o que elas têm estocado e o que os produtores estão lhe passando. Já que a colheita ainda não está totalmente concluída.
Silveira diz que o momento exige cuidado. "A saúde financeira dos produtores de soja está complicada, com certeza estamos tendo problemas para vender a nossa soja e temos que agir com uma certa cautela. Boas vendas externas não significam que os produtores estão se dando bem no mercado. O contexto tem que ser avaliado cuidadosamente".
Mato Grosso encerrou a primeira semana de março colhendo 50% da safra 2008/09. As condições climáticas favoreceram e os sojicultores intensificaram a colheita, que até 26 de fevereiro havia alcançado 35,2% das propriedades.
A projeção é do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) que diz que o maior percentual colhido encontra-se na região Médio-Norte, onde 64,3% da produção foram colhidos.
Somente em Lucas do Rio Verde foram 78%. No Norte, verificados 58,5%. Já no Oeste mato-grossense, segundo o instituto, são 54,4%. O Centro-Sul aparece 48,9%, Noroeste 41,5%, o Sudeste com 34,6% e o Nordeste 19,7%.
Os reportes de produtividade têm revelado números de 51 a 53 sacas por hectare em Sapezal, já no Centro-Sul do Estado (Tangará da Serra), de 50 a 52 sacas por hectare, elenca o levantamento do Imea.
No levantamento da safra divulgado esta semana pela Companhia Nacional de Abastecimento, Conab, em Mato Grosso a produção da oleaginosa, em mil toneladas, pode sofrer leve incremento de 0,4%, passando de 17.847,9 toneladas de 2007/08 para 17.921,7 toneladas em 2008/09.