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Programa de biodiesel manterá dependência da soja até 2015

<p>Enquanto o governo federal continua propagando a viabilidade de matérias-primas alternativas à soja, estudos apontam que o grão continuará sendo o único com condições de gerar escala de produção.</p>

Redação (21/08/2008)- De acordo com a pesquisa sobre combustíveis renováveis da RC Consultores, elaborado por Fábio Silveira, a soja continuará atendendo a demanda que deveria ser atendida por outras oleaginosas. "Em 2015, o País irá produzir 3 bilhões de litros de biodiesel, sendo 2,5 bilhões de litros provenientes da soja", afirma Silveira.

Para triplicar a produção de biodiesel no País, que hoje é de aproximadamente 1 bilhão de litros, o consultor acredita que o Brasil terá dentro de seis safras uma produção de soja em grão da ordem de 90 toneladas, aumentando em 30% o volume atual. "A canalização para a produção de biodiesel passará de um volume de 5 a 6 milhões de toneladas para até 14 milhões", avalia Silveira.

Além da concentração da oferta partindo de um único insumo a concorrência com a Argentina será outro problema enfrentado pelas empresas instaladas no Brasil. Silveira acredita que até 2015 o país vizinho deverá liderar a produção e exportação de biodiesel. "Eles têm um menor custo de produção e estão mais preparados do ponto de vista logístico e político", diz.

De acordo com as projeções de Silveira, as exportações de biodiesel da Argentina devem atingir 988 milhões de litros, seguida pelos Estados Unidos, com 434 milhões de litros, e pelo Brasil, com 299 milhões de litros. A União Européia deverá se consolidar como principal importador, com demanda de 1,6 bilhão de litros.

Etanol

Para o mercado internacional de etanol as perspectivas são mais promissoras. Em 2015, o excedente de produção do Brasil chegará a 13,1 bilhões de litros e o País será líder mundial desse setor.

O volume produzido saltará dos atuais 20 bilhões de litros para quase 50 bilhões, sendo mais de 30 bilhões destinados ao consumo interno. A demanda doméstica será impulsionada, principalmente, pelo mercado de automóveis flex fuel que contará com uma frota de 18 milhões de carros.

Em razão do aumento da oferta, o estudo aponta para uma queda dos preços de açúcar e álcool em meados da próxima década. A principal razão será a maturação de projetos do setor. No entanto, Silveira afirma que ao longo da década o preço por litro voltará ao patamar de R$ 0,50.

Pesquisa da RC Consultores revela que a soja continuará atendendo a demanda que deveria ser de outras oleaginosas para o biodiesel. Em 2015, o País irá produzir 3 bilhões de litros, sendo 2,5 bilhões da soja.