Os pequenos ajustes para baixo nas estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para a produção e os estoques finais de soja naquele país nesta safra 2011/12 voltaram a oferecer sustentação às cotações da oleaginosa na quinta-feira na bolsa de Chicago.
Em relatório divulgado na quarta-feira, o USDA projetou a produção americana de soja no ciclo atual em 83,28 milhões de toneladas, 690 mil a menos que o volume previsto no informe de oferta e demanda de grãos de setembro. Os estoques finais do país foram reduzidos em cerca de 130 mil toneladas, para 4,35 milhões. Na temporada anterior (2010/11), os EUA produziram 90,61 milhões de toneladas e seus estoques finais foram de 5,84 milhões, conforme o USDA.
Ainda que as alterações do órgão no quadro americano tenham tido pouquíssima influência no tabuleiro global, os preços dos contratos futuros da soja em grão negociados em Chicago, que já haviam subido na segunda e na terça, reagiram positivamente na quarta e subiram ainda mais na quinta, quando os papéis para janeiro fecharam a US$ 12,6675 por bushel, alta de 17,25 centavos.
Nesse contexto, a expectativa de que a China amplie as compras de soja colhida nos EUA também colaborou para a valorização observada em Chicago. Depois de importar de todas as origens 4,1 milhões de toneladas do grão em setembro, 11% menos que no mesmo mês de 2010, o país asiático deverá acelerar o ritmo. Maiores importadores de soja do mundo, os chineses deverão comprar de fora um total de 4,3 milhões de toneladas em outubro e mais de 5 milhões em novembro, conforme o Centro Nacional de Informação de Grãos e Óleos da China (CNGOIC, na sigla em inglês).
Como a oferta enfrentou problemas com o clima e foi menor que a esperada nos EUA e tudo indica que a demanda chinesa seguirá firme, as perspectivas para as cotações internacionais da oleaginosa voltaram a melhorar, mesmo em tempos de turbulências financeiras e febril volatilidade dos mercados.
O banco de investimentos Goldman Sachs previu na quinta-feira que os preços da soja terão melhor desempenho que os do milho no curto prazo. A projeção da instituição para as cotações em seis meses sinaliza US$ 13 para o bushel da soja e US$ 6,15 para o de milho, que hoje ronda US$ 6,50 em Chicago.