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Proteção cara

Em Goiás, o problema do produtor de soja não se limita ao ataque da ferrugem. O fungicida, que combate a doença, está em falta e com o preço nas alturas.

Da Redação 15/03/2004 – 05h04 – A maioria das lavouras apresenta sintomas da doença. No estágio mais avançado a folha fica amarela e cai. Com isso, o grão não se desenvolve. Numa fazenda em Rio Verde o produtor Pedro Machado normalmente planta 250 hectares de soja. Na última safra a produtividade chegou a 55 sacas por hectare. Este ano, ele estava confiante.

“Esperava mais de 50 sacas por hectare. Devido à ferrugem, que afetou bastante, vai ter uma queda estimada em 30 e 40 por cento”, calcula o agricultor.

Está difícil controlar a ferrugem asiática. O problema é que falta fungicida no mercado. O trator da fazenda do produtor Jacinto Machado ficou parado durante dez dias no galpão. Quando finalmente o fungicida chegou, já era tarde demais. A ferrugem já havia tomado conta da lavoura.

“A gente não estava esperando está doença tão agressiva, né? Quando fomos comprar o veneno na firma onde normalmente comprávamos, já não tinha mais o produto”, conta Jacinto.

Numa loja de produtos agrícolas de Rio Verde o volume de pedido de fungicidas aumentou 200 por cento nos últimos dois meses. O revendedor não está dando conta de atender à demanda.

“Felizmente houve, pelo aumento da procura e da baixa oferta, uma explosão de preços nas distribuidoras. Veio de cima pra baixo, e o produtor infelizmente é quem vai pagar essa diferença. Meados de dezembro (o fungicida) estava saindo em torno de 105 e 110 reais o litro. Hoje está saindo em torno de 170 e 180 reais o litro”, diz o comerciante Eduardo Ribeiro.