Redação (16/07/2008)- A safra de verão do milho deverá contar com pelo menos 400 mil hectares de transgênicos, o equivalente a 4% da área total da safra anterior. A estimativa do setor é de que 400 mil sacas do novo Organismo Geneticamente Modificado (OGM) sejam ofertadas por empresas do setor. O plantio exige em média uma saca de sementes para cobrir um hectare. A expectativa é que a produtividade seja 15% maior que a convencional, que produz em média 3 toneladas por hectare.
A gerente de agroenergia da AgraFnp, Jacqueline Bierhals, acredita que o produtor será um pouco cauteloso em adotar a nova tecnologia. "Os fatores decisivos serão custo e produtividade. O produtor pode ficar com medo de perdas", avalia. Mas mesmo assim, a gerente acredita que alguns produtores poderão plantar em pequena escala para uma experiência. De acordo com a consultoria, o custo variável de uma lavoura de milho com alta tecnologia para a próxima safra é de R$ 2 mil por hectare.
Cássio Cruz Camargo, secretário executivo da Associação Paulista dos Produtores de Sementes (APPS), diz que a semente compõe cerca de 10% do custo da lavoura. "Não vejo motivo para o produtor não plantar. A economia será imensa", avalia. Ele acredita que milho convencional continuará sendo plantado, a exemplo da soja. "A lavoura convencional é necessária para que a lagarta não se torne resistente à biotecnologia".
Reunião na CTNBio
Os integrantes da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) voltam a se reunir hoje e amanhã em Brasília (DF). Na pauta da 115 reunião constam quatro solicitações para milho, quatro para algodão, uma para arroz e uma para soja resistentes a herbicida. A Monsanto, Bayer e Syngenta são os requisitantes.