A safra goiana de grãos em 2010 poderá ser 3,2% menor que a obtida este ano, caindo de 13,32 milhões de toneladas para 12,88 milhões de toneladas. A estimativa consta do 1º Prognóstico da Produção Agrícola Nacional para 2010, que abrange os principais produtos agrícolas do País, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O primeiro prognóstico de área e produção para a safra de 2010 prevê uma redução da produção de culturas como milho, algodão e feijão, que deram lugar à expansão das lavouras de soja, que devem ter uma maior liquidez.
Os volumes levantados foram somados às projeções obtidas a partir das informações dos anos anteriores para os Estados, que por força do calendário agrícola ainda não dispõem das primeiras estimativas. As informações da pesquisa representam 68,7% da produção nacional prevista e 31,3% de projeções.
O prognóstico, que engloba as cinco principais culturas de verão plantadas no início das chuvas, prevê uma redução de 20,4% na produção goiana de milho 1ª safra (veja quadro) e um crescimento de 7,4% na safra de soja. O gerente de Pesquisas Agrícolas do IBGE, Mauro Andreazzi, lembra que a área plantada de soja deve crescer 6% em Goiás, enquanto a de milho deve sofrer uma redução de 14,5%. Segundo ele, a soja ocupou áreas antes destinadas ao plantio de milho, que registra um alto custo de produção e um baixo preço de venda.
Enquanto a saca de soja vale cerca de R$ 36,00, a de milho sai por R$ 14,00 no mercado. “Além de um preço melhor, a soja também tem um mercado mais garantido”, justifica o gerente do IBGE. Ele explica que essa migração do milho para a soja influenciou diretamente a redução da safra total de grãos do Estado, pois enquanto o rendimento do milho fica entre 500 e 600 quilos por hectare, o rendimento da soja é de 3 mil quilos por hectare. Vale lembrar que esses valores ainda podem ser alterados por fatores climáticos.
O algodão é o produto com maior expectativa de recuo da produção em 2010 – menos 21,8%. Mauro Andreazzi lembra que o produto, que é muito voltado à exportação, ainda sofre com os efeitos da crise financeira global: redução da demanda mundial e da oferta de crédito. “É uma cultura que só é plantada com contrato de venda e garantia de preço de compra, pois exige altos investimentos em insumos”, explica.
Segundo o IBGE, a safra de feijão também deve sofrer uma queda de 14% por conta da redução do preço da saca, que caiu de R$ 160,00 em 2008 para R$ 70 este ano, abaixo do preço mínimo.