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Queda do desperdício aumenta os lucros na colheita de soja do PR

Os produtores paranaenses de soja devem obter renda adicional de R$ 122,5 milhões nesta safra 2002/03.

Da Redação 11/06/2003 – Os produtores paranaenses de soja devem obter renda adicional de R$ 122,5 milhões nesta safra 2002/03 apenas com a redução do desperdício normalmente registrado durante a colheita. Enquanto a média brasileira chega a duas sacas de 60 quilos por hectare, no Paraná as perdas giram em torno de uma saca, conforme levantamento da Emater-PR, que desde 1980 treina operadores de máquinas para reduzir perdas, seguindo metodologia da Embrapa.

Naquela época, o Estado deixava no solo 4,7 sacas de soja por hectare. Em 2002, as perdas já haviam caído para 1,2 saca por hectare. Os números desta última safra de soja ainda estão sendo tabulados, conta o agrônomo Antoninho Carlos Maurina, que centraliza os dados da Emater. De acordo com ele, a média não deve ter melhorado mais, por causa de doenças que deixaram as lavouras mais ralas ou, ao contrário, com muito mato.

Em regiões onde os dados já são conhecidos porque foram realizados concursos de redução de perdas, os resultados são animadores. Em Cambé, no norte do Estado, a média obtida pelos 101 operadores de equipamentos que participaram da colheita e do concurso foi de apenas 0,47 de saca por hectare colhido. Esta média é ainda menor que as perdas admitidas – 0,75 saca/hectare. A questão é levada tão a sério que este tipo de concurso, realizado em vários municípios paranaenses, costuma dar carros e motocicletas como prêmios aos operadores campeões.

Maurina explica que a mesma metodologia é aplicada no Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Minas. Mas, segundo ele, os resultados obtidos no Paraná são os melhores. A maior parte das perdas, conta, são causadas por máquinas desreguladas e condições inadequadas para execução da tarefa.

O primeiro passo, diz Maurina, é regular corretamente a máquina, pelo menos duas vezes por dia. A velocidade com que a colheita é feita deve ser de entre quatro e seis quilômetros por hora, para o melhor aproveitamento dos grãos.

O “lucro” de R$ 122,5 milhões decorrente da menor perda na colheita paranaense corresponde a cerca de 3,5 milhões. Com o valor, é possível comprar 1.360 tratores novos de porte médio.