Redação (23/04/07) – Apesar de os preços do milho estarem mais altos em relação a 2006, os produtores de frango conseguiram melhorar a relação de troca entre a ave viva e o milho no decorrer deste ano. Em janeiro, um quilo de frango vivo podia comprar 2,9 quilos de milho – matéria-prima para a ração do animal. Atualmente, são adquiridos 4,75 quilos de milho com a mesma quantidade de frango vivo. Ou seja, houve uma melhora de 63,7%.
O aumento do poder de compra do avicultor se deve à valorização de 27% do animal vivo no interior paulista neste ano e à queda de 22,5% do grão em Campinas (SP), segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP).
"Houve melhora porque o frango se manteve com preços mais altos", diz Paulo Molinari, analista da Safras & Mercado. Um dos motivos para o aquecimento nos valores pagos pelo frango é o avanço nas exportações. No primeiro trimestre, as vendas externas somaram 744,7 mil toneladas, crescimento de 16,71% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef).
No acumulado do mês, as cotações do frango estão 10% mais elevadas. O significativo volume de exportação de março – 280 mil toneladas – e a Páscoa, onde a demanda pela ave aumenta, explicam a valorização. A relação de troca também elevou-se: 22%.
Desde o início do ano, as cotações do milho caíram – sobretudo com o avanço da colheita, entre março e abril. Atualmente, segundo dados da AgraFNP, 80% da área plantada já foi colhida. De acordo com a consultoria, em janeiro o cereal era comercializado a R$ 21 a saca no Paraná e atualmente está em R$ 19,50 – desvalorização de 7,14%. Em Goiás, a queda foi ainda mais acentuada: de R$ 19 para R$ 15 a saca (- 21%). A maior variação, no entanto, ocorreu no último mês. Em março, o grão era cotado a R$ 21 a saca, no Paraná, e R$ 17 a saca, em Goiás. A diferença entre os dois estados deve-se à logística.
"O momento é de o produtor aguardar", diz o analista da AgraFNP, Fábio Turquino Barros. Apesar da queda nos preços, ele lembra que os valores ainda estão melhores que os praticados no ano passado. Em Goiás, o cereal era comercializado a R$ 11 a saca – valorização de 36,3% em um ano. No Paraná, saía a R$ 14 a saca (+ 39,2%).