Redação (15/07/2008)- A receita brasileira obtida com as exportações do complexo soja no primeiro semestre de 2008 chegou a US$ 9,03 bilhões, uma alta de quase 70% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a soja responde por 10% do total de recursos obtidos pelo País com a exportação.
Tamanha valorização – principalmente pelo fato de o volume das vendas crescer apenas 4% – foi atribuída por João Paulo de Moraes, gerente de Oleaginosas e Produtos Pecuários da Conab, à redução da oferta nos Estados Unidos, o aumento do consumo mundial e a demanda por óleos vegetais, para produção de biodiesel. "Esses fatores causaram uma diminuição nos estoques finais e ajudaram a valorizar a soja no mercado internacional", disse.
No que depender da participação dos EUA nas exportações mundiais, a tendência é o preço da commodity se manter em alta nos próximos meses. No relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês), divulgado na última sexta-feira, a estimativa para a safra e estoques de passagem em 2008/2009 foram novamente reduzidos. A projeção inicial, de 84,5 milhões de toneladas, foi alterada para 81,6 milhões e os estoques finais deverão ficar em 3,8 milhões de toneladas, contra 4,7 milhões do relatório anterior. Para o Brasil o USDA manteve inalterada sua estimativa para a safra 2008/2009, em 64 milhões de toneladas.
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A expectativa do mercado de que as inundações no meio-oeste americano tenham prejudicado o desenvolvimento da safra do país também impulsionou as cotações da soja na semana passada e a commodity voltou a ultrapassar a marca dos US$ 16 por bushel.
Fator China
A China, maior importador de soja do mundo, deve comprar no exterior um recorde de 35 milhões de toneladas da oleaginosa no ano até setembro.
No primeiro semestre de 2008, o Brasil embarcou um volume equivalente a 6,7 milhões de toneladas do grão para a China, o que equivale a uma receita de US$ 2,8 bilhões no semestre e uma valorização de 91,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Outro destaque na comercialização do produto tem sido a venda do óleo para a China. De janeiro a junho, a participação do produto na balança aumentou quase 300%. A receita disparou de US$ 98 milhões para US$ 391 milhões. O volume foi de 343,2 mil toneladas ante 151,1 mil toneladas negociadas no mesmo período em 2007.
Fonte: DCI
