As exportações mato-grossenses de milho atingiram no mês passado o melhor outubro dos últimos seis anos, seja no volume físico embarcado, como também na receita originada com os negócios. Foram exportadas 844,61 mil toneladas e faturados US$ 245,52 milhões em outubro deste ano. O ano de referência no Estado é 2006, quando se exportou US$ 9 milhões e 75,28 mil em igual mês. Apesar do incremento, o recorde da série histórica das exportações do grão foi registrado em agosto passado, quando o Estado comercializou mais de 1,12 milhão de toneladas e obteve receita (também recorde mensal) de US$ 331,91 milhões.
De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a escalada das exportações é reflexo direto do aquecimento da demanda internacional pelo grão, que vem acompanhada de uma cotação valorizada. É graças a esta relação que o Estado, em apenas dez meses deste ano aumentou em 6,16% a receita obtida em doze meses do ano passado, mesmo com uma queda de quase 25% sobre o volume embarcado. De janeiro a outubro deste ano foram embarcadas 5,09 milhões de toneladas e faturados US$ 1,41 bilhão. Durante todo 2010 foram vendidas 6,77 milhões de toneladas para um receita de US$ 1,33 bilhão. Considerando os embarques de mais de 5 milhões de toneladas, até o mês passado 60% da safra 10/11, de 8,90 milhões de toneladas, estava exportada.
Como explica o Imea, neste ano em todas as principais regiões do Estado, o preço médio pago ao produtor na safra 10/11 foi o mais alto já observado na série histórica. “Em Rondonópolis, durante a safra 08/09, a saca do milho era negociada a preços considerados normais em paralelo aos custos para o produtor. Entretanto, durante o fim da safra 09/10, a saca do milho iniciou o movimento de baixa, que alcançaria seu patamar mais baixo no mês de julho de 2010, quando a saca era cotada em média a R$ 8,50. A partir daí, a cotação do cereal iniciou a safra 10/11 dentro de um movimento expressivo de alta nos preços que alcançou seu pico em fevereiro de 2011, com a saca cotada em média a R$ 22,58”.
Atualmente os preços do cereal vêm recuando, em novembro a média apresentou queda de 8,7% em relação ao observado em fevereiro, mas se mantém atrativos, visto que mais de 46% da safra a ser plantada em janeiro de 2012, está vendida de forma antecipada, modalidade jamais registrada no Estado.
Embarques – Considerando os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Estado exportou durante o mês de outubro 844 mil toneladas do grão, sendo 17,8% menor que o volume exportado em setembro deste ano e 90,9 mil toneladas maior que no mesmo período do ano anterior. O principal destino do grão foi Taiwan, que importou cerca de 24% do volume total. Seguido pelo Egito, que importou 184 mil toneladas. O Irã aparece como terceiro maior país importador, representando 17%, e a Argélia aparece logo em sequência, representando 10% do total até outubro. Apesar deste cenário, a maior parte do milho mato-grossense exportado, cerca de 27%, vai para outros países que importam volume com média entre 2,1 mil toneladas e 15,1 mil toneladas. No entanto, dentro do acumulado do ano, o Irã se mostra o principal mercado do milho estadual com importações que somam mais de 1,24 milhões em dez meses, ou 76%, de todo volume exportado no período.
O porto de Santos (SP) segue como o principal escoador da safra mato-grossense, ao acumular neste ano 70% do total movimentado, pouco mais de 3,54 milhões de toneladas de um total estadual de 5,09 milhões.