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Redução da área de milho pode encarecer o frango

Plantio no Paraná para safra 2003/04 é o menor dos últimos 35 anos.

Redação AI 13/11/2003 – 06h00 – Seduzidos pelos cerca de R$ 45 oferecidos pela saca de soja, os produtores estão diminuindo a área plantada com milho. Há o risco de desabastecimento no ano que vem e os preços da carne de porco e frango, dos ovos e do leite podem disparar.

A safra paranaense de milho terá em 2003/2004 a menor área dos últimos 35 anos. Serão apenas 1.330.125 hectares, contra 1.474.976 na passada, uma redução de 9,7%. Ficará abaixo da de inverno, conhecida como safrinha, que foi de 1.360.310 hectares.

A diminuição da área plantada no estado deve provocar uma redução de 13,7% na produção. Enquanto na safra passada de verão o Paraná colheu 8.361.315 toneladas, na próxima a produção deve chegar no máximo a 7,5 milhões.

Segundo o economista Dorival Aparecido Basta, do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), é quase certo que a redução da área de milho irá mexer com os preços de alguns alimentos em 2004. “A escassez do milho sempre eleva o preço de frangos, porcos, ovos e leite”, explica.

A carne de frango seria a mais vulnerável diante da escassez do milho. Com forte consumo interno e as exportações em expansão, o frango já registra pequenas altas mensais que deixam o consumidor apreensivo.

Segundo Basta, a redução de área deve mexer também nas exportações do estado. No ano passado o Paraná exportou cerca de 7 mil toneladas de milho. “Caindo a produção, o mercado interno deve ser a prioridade”, diz o economista.

De todas as regiões do estado, a Oeste é a que terá a maior redução de área plantada com milho (23%), seguida pela região Sudoeste, (13%). A região Centro/Sul, responsável por metade da produção do estado terá uma redução de 8,7%, a Norte de 6% e a Noroeste de 5%.

Somente na região de Maringá, onde o milho não é uma cultura tradicional, a área plantada será reduzida em quase dois mil hectares. A soja ocupará todo o espaço e ainda outras áreas até então destinadas a pastagens.