Da Redação 04/04/2005 – A redução da produção brasileira de milho no verão, em razão da estiagem no Sul, e as perspectivas de queda também na safrinha de inverno, cujo período ideal para o plantio já ficou para trás, seguem motivando previsões pessimistas para o abastecimento doméstico, e altistas para os preços do produto no país, no segundo semestre.
Em seminário realizado pela Associação Brasileira de Marketing Rural & Agronegócios (ABMR&A) na quinta-feira, a consultoria Safras & Mercado projetou a safrinha do Centro-Sul em 9,381 milhões de toneladas, 17,1% a menos que as 11,311 milhões estimadas pela consultoria para 2003/04.
Conforme Paulo Molinari, da Safras, esta produção será resultado de uma área plantada de 2,545 milhões de hectares, 12,5% abaixo da do ano passado. No Paraná, que lidera o plantio da safrinha no Brasil, a área deverá totalizar 859 mil hectares, com uma redução de 18,9%; no Mato Grosso, a queda projetada pela consultoria é de 11%, para 656 mil hectares.
Em parte, disse Molinari, a queda da produção deverá ser maior do que o recuo da área por conta das atuais previsões climáticas que sinalizam chuvas irregulares nas principais regiões produtoras neste outono-inverno. Como a quebra da produção de verão chegou a 2,6 milhões de toneladas e os estoques, segundo ele, estão em 2 milhões de toneladas, as exportações de milho colhido já neste ciclo 2004/05 estão praticamente paradas, e o país terá de importar pelo menos 1 milhão de toneladas neste ano.
Para o economista Fabio Silveira, da MSConsult, o quadro reforça as perspectivas de aumento dos preços no segundo semestre.