A confirmação de Moscou de que a Rússia deverá retomar suas exportações de cereais e grãos a partir de 1º de julho foi a grande novidade entre os fundamentos de oferta e demanda desses mercados na semana passada. E como a força russa está no trigo, as cotações internacionais do produto registraram forte queda.
Na bolsa de Chicago, referência global para as cotações de commodities básicas para a produção de alimentos, os contratos de segunda posição de entrega (normalmente os de maior liquidez) encerraram a sexta-feira negociados por um valor 5,61% menor que na sexta-feira anterior, mas ainda com alta de 78,44% nos últimos 12 meses, segundo o Valor Data.
Esse salto ganhou força a partir de julho do ano passado, justamente com a quebra da produção russa de cereais na safra 2010/11, em razão de uma severa estiagem. Na temporada atual (2011/12), o país, até agora, tem sido poupado de outra forte seca na Europa, que tem prejudicado mais países como França e Polônia. E os efeitos dessa falta de chuvas estarão no foco dos analistas esta semana.
Os impactos do clima nas lavouras dos EUA também voltaram a dar o tom nos mercados de milho, soja e trigo em Chicago na semana passada. Os atrasos no plantio de milho e soja no país deram suporte às cotações e também serão acompanhados de perto a partir desta segunda-feira (06/06).