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Custos Elevados

Relação de troca de suíno vivo por milho acende luz vermelha para os produtores

Presidente da ACCS explicou os motivos que elevaram tanto o preço do milho e o que poderia ser feito por parte dos governantes para auxiliar o setor de suinocultura

Relação de troca de suíno vivo por milho acende luz vermelha para os produtores

O mês de maio registrou a pior relação entre a troca de suíno vivo por milho, segundo informações divulgadas pela Cepea. O dado é apenas o retrato dos muitos desafios que os produtores de suínos vêm enfrentando nos últimos meses e a voz corrente é que medidas concretas para baixar o preço do principal insumo do segmento precisam ser adotadas, antes que a situação se agrave ainda mais.

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, comenta sobre a alta de preços no milho. “A relação de troca entre suíno vivo e milho ou farelo de soja é sempre pegar o quilo do suíno e dividir pelo do milho para ver quantos quilos você compra desse cereal. Em maio do ano passado, comprávamos 4,660 kg de milho com um quilo de suíno, este ano estamos comprando 3,170 kg, se somarmos aí 100 quilos, já notamos uma grande diferença. Sem contar que no ano passado, teve uma época que tínhamos 5,100 kg de milho por um quilo de suíno”.

Segundo Lorenzi, a seca que afetou o sul do país é um dos motivos pelo aumento do preço do milho, mas há outros fatores que poderiam ser amenizados se houvesse apoio dos governantes. “Muita coisa pode ser feita pelo governo, como, por exemplo, para importar, temos taxas, mas para exportar, não, então poderia taxar um pouco as exportações dos grãos. Não queremos, claro, que eles quebrem, porque precisamos do produto deles, mas essa medida já ajudaria em parte.

Outro ponto importante que ajudaria aos produtores seria o zeramento do PIS e Cofins, a gente importando esses grãos manteria uma produção sustentável dentro da nossa propriedade rural, além disso os governadores poderiam retirar o ICMS, zerar a questão de tributos de fretes, esses impostos são altos e vão agregando valor ao preço do produto. Mais um ponto é a questão das ferrovias que sempre são olhadas para escoar para os portos, por que não escoar  para a  área de produção para diminuir o custo e a gente ter mais competitividade nos mercados internacionais, agregando mais valor?”.

 

Sobre os cereais de inverno

Demonstrando pouco otimismo, Lorenzi comentou sobre os debates a respeito dos cereais de inverno serem uma alternativa ao milho. “Triticale, trigo e aveia podem substituir boa parte do milho, mas faltam incentivos. Já passamos por cinco fóruns do milho, onde a empresa que faz todo trabalho, divulga, traz especialistas para discutir, faz o papel dela, mas, infelizmente, os nossos políticos dão a impressão que usam isso só para se promoverem naquele momento e colherem os frutos lá na frente, dizendo que buscaram alternativas. Está faltando ação política. Depois do fórum, tenho criticado muito, pois não adianta ir para uma sala e ficarmos filosofando sem sair nada que resolva”.