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Relatório do Usda aumenta o preço do milho

<p>Já os preços da soja continuam em queda e recuaram 2,2% em Chicago (EUA).</p>

Redação (15/09/2008)- O mercado recebeu com nervosismo a redução de 5,4 milhões de toneladas na estimativa da safra de milho americana, divulgada na sexta-feira pelo Departamento Americano de Agricultura (USDA). Os dados mostram uma queda de 1,7% na estimativa da produção local do grão em relação ao relatório de julho, que caiu de 312,13 milhões de toneladas para 306,65 milhões de toneladas.

O resultado foi a alta de 5,6% nos contratos do milho com vencimento em dezembro, que fecharam cotrados a US$ 5,63 o bushel, na Bolsa de Chicago (CBOT). "O mercado estava esperando uma safra em níveis históricos. Com essa correção, o cenário muda e acaba gerando uma incerteza na produção real", explica Leonardo Sologuren, diretor da Céleres. Disse ainda que não ficaria surpreso se no próximo relatório tivesse uma nova correção para baixo e lembrou que a mudança de expectativa na produção pode ter sido motivada pelas fortes chuvas de julho.

"Depois da seca nas três primeiras semanas de agosto, as chuvas que atingiram as regiões produtoras melhoraram a umidade do solo e as condições das lavouras. O estudo acabou indo contra as expectativas do mercado", acrescenta Pedro Colussi, analista da AgraFnp. Segundo informou, a expectativa era que o Usda levasse em consideração essa melhora no estado das lavouras americanas, o que não ocorreu.

O diretor da Agrosecurity, Fernando Pimentel, também não descarta futuras reduções nos números do USDA. Segundo disse, a redução de área para o milho verão no Brasil e a expectativa de menor uso de tecnologia devem pesar contra a expectativa de uma produção de 57 milhões de toneladas. "Na safra de verão, o produtor está saindo do milho para a soja por causa dos custos. Já na safrinha, além do custo alto, o cenário é de incerteza por causa da escassez de recursos para financiar o plantio", analisa. Ele disse que, se o clima for muito bom, será possível atingir essa estimativa.

No mundo, como já era esperado, a queda prevista na produção é de 0,9% – de 790,2 milhões de toneladas em 2007 para 782,9 milhões de toneladas neste ano.

Soja

Os preços da soja acompanharam a queda e recuaram 2,2% em Chicago, com os papéis para entrega em novembro cotados a US$ 12 o bushel. O estudo americano também reduziu a expectativa de produção local da soja em relação a julho. Os números recuaram de 80,9 milhões de toneladas para 79,8 milhões de toneladas (-1,3%).

Pimentel diz que a alta da oleaginosa em Chicago foi motivada pelo milho. "As commodities trabalham em bloco, com uma puxando a outra". Já Colussi, da AgraFnp, acredita que o movimento foi motivado pelo relatório. "Esperavam um relatório mais tranqüilo, sem muitas novidades. O que não ocorreu".

A produção mundial de soja deverá ser 9% maior neste ano, saltando de 218,2 para 237,9 milhões de toneladas.