Redação (05/09/06)- Começa a ser definida hoje a proposta de transição da semente de soja transgênica clandestina para a certificada na safra 2007/08 no RS. A reunião entre entidades, cooperativas, instituições bancárias e governos estadual e federal está marcada para as 10h, na sede da Fetag, em Porto Alegre. A idéia é que a migração seja total e inclui o reconhecimento e uso de sementes certificadas e crioulas. Uma possibilidade é que cada produtor compre, pelo menos uma saca de semente certificada para multiplicação, adianta o presidente da Fetag, Ezídio Pinheiro.
O governo federal está disposto a subsidiar o acesso ao material convencional e ao transgênico, frisou o delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Nilton De Bem. “É um conjunto de ações envolvendo pesquisa, órgãos públicos, sementeiras e cooperativas para que chegue ao ano que vem com semente de qualidade em volume suficiente.”
Durante a Expointer, o ministro da Agricultura (Mapa), Luis Carlos Guedes Pinto, condicionou a liberação de financiamento oficial e de seguro para áreas cultivadas com semente não-certificada na safra que começa neste mês à migração. A expectativa é que a União autorize a flexibilização na quinta-feira. Segundo De Bem, havendo liberação total, provavelmente, o produtor terá de assinar um termo se responsabilizando pelos percentuais de germinação e vigor da semente.
Ontem, a Abrasem enviou carta ao Ministério Público pedindo que a instituição fique atenta às pressões dos sindicalistas. “Os representantes de todos os órgãos governamentais já reconheceram que não existem razões técnicas para o uso de sementes de origem desconhecida”, dizia o texto.