Da Redação 25/04/2003 – O agronegócio é considerado o setor mais importante da economia brasileira pela contribuição que traz para as contas externas do país e para a geração de emprego e renda. Os números exibidos ontem aos senadores pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, mostram que o agronegócio responde por 27% do Produto Interno Bruto (PIB), 37% dos empregos do país e 41% das exportações.
“O setor engloba desde a pesquisa agrícola até o produto colocado na gôndola do supermercado, com todas as etapas envolvidas do plantio à industrialização, venda e distribuição”, disse, acrescentando que o conceito de agrobusiness ou agronegócio surgiu nos anos 50 na universidade norte-americana de Harvard.
O ministro apresentou vários dados que ressaltam a competitividade do setor e o seu avanço no país. De 1990 a 2003, houve um aumento de produtividade na agricultura brasileira de 74%. A área cultivada cresceu 12% no período, enquanto o volume físico da produção aumentou 93%. “Foi um crescimento espetacular de produtividade. Nenhum setor da economia brasileira foi capaz de incorporar tanta tecnologia”, afirmou.
Notícias Relacionadas
O incremento da produtividade agrícola permitiu que o País aumentasse a produção agrícola sem ter que avançar sobre áreas preservadas. Segundo o ministro, seriam necessários 27 milhões de hectares a mais de plantio para alcançar a taxa de crescimento da produção no período com a mesma taxa de produtividade de 1990.
Além disso, o Brasil tem 90 milhões de hectares disponíveis para a agricultura, correspondendo a áreas já alteradas pelo homem, localizadas na região de cerrados. “Tenho certeza que a Copa do Mundo da produção de alimentos será jogada no Maracanã do Centro Oeste brasileiro”, comparou Rodrigues, salientando a vocação agrícola dos cerrados, apontados como celeiro do mundo.
A safra de grãos deste ano atingirá 112 milhões de toneladas, uma marca recorde, disse o ministro. O saldo na balança comercial do agronegócio deverá alcançar US$ 22 bilhões, com aumento de 10% em relação ao ano passado. Rodrigues salientou também a expansão de 50% este ano da colheita de trigo (4,5 milhões de toneladas), produto ainda dependente de importação, e da chamada safrinha de milho (10 milhões de toneladas), importante para a suinocultura e a avicultura.
Fome Zero
Para atender o Fome Zero, o ministro calcula que seja necessário um aumento correspondente a 3 milhões de hectares de alimentos. As ações do governo no setor do agronegócio estão sendo desenvolvidas em três frentes: políticas públicas, envolvendo desde investimento em infra-estrutura até programas sociais, como o da agricultura familiar; organização das cadeias produtivas; e negociações internacionais para reduzir o protecionismo.
Rodrigues informou que está propondo programa de renda mínima para os agricultores familiares, buscando, para tanto, o apoio de instituições internacionais, como a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
