Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Saco de soja chega a R$ 45,00 no Paraná

Anúncio de quebra maior que a prevista na safra norte-americana prossegue valorizando a commodity.

Da Redação 14/10/2003 – 04h53- A soja valorizou R$ 4,00 na última semana e foi vendida ontem (13/10) a R$ 45,00 o saco de 60 quilos, no Estado. O motivo da alta foi o anúncio de quebra maior que a prevista na safra dos Estados Unidos.

Na sexta-feira, o anúncio do departamento de agricultura americano (USDA) de que o país deve produzir 67,16 milhões de toneladas neste ano travou o mercado. A previsão inicial era para uma colheita de 80,1 milhões de toneladas. No mês passado, o número já tinha caído para 71,9 milhões. A quebra resulta de problemas climáticos.

O analista Nagib Abudi Filho, diretor da Investidor Global, em Londrina, comentou que, ontem, o mercado registrou poucos negócios. “Os compradores estão receosos, acham que o preço está muito alto”, disse. Os produtores, por sua vez, seguram o produto a espera de novas altas.

Também ontem, o relatório do USDA puxou uma alta de 24 pontos em Chicago. “A soja teria que estar a R$ 46,00 no mercado interno, mas o preço não sobe na mesma proporção”, explicou.

O agricultor Adão de Pauli, de Londrina, faz parte do grupo que aposta em novas altas. Iniciando o plantio de milho para a próxima safra de verão, ele comercializou apenas uma pequena parcela da última safra de soja. “O volume da quebra nos Estados Unidos corresponde à produção quase total do Paraná. É muita coisa. O preço vai subir mais”, espera, lembrando que, no ano passado, a cotação chegou a R$ 50,00.

Para não correr riscos, ele vai escalonar as vendas, comercializando uma parte da safra em outubro. Também vai vender 10% da próxima safra antecipadamente, com o objetivo de garantir os custos. O mercado paga US$ 13,00 por saca para entrega me abril.

Satisfeito com o preço da soja, ele lamenta a cotação do milho, vendido por R$ 14,50, ontem. “Segurei e levei prejuízo”, disse. O produtor se arrependeu por não ter adquirido os contratos de opção de milho do governo federal, que garantiam R$ 17,00 por saca. “Agora, vou segurar o produto até o preço melhorar”, comentou.

Confirmando a tendência verificada no Paraná, Pauli vai reduzir as lavouras de milho em função da soja. “Vou plantar apenas 10% da área disponível com milho. E se tivesse mais terra, plantaria mais soja.”