O levantamento foi feito pelo Ministério da Agricultura. A safra de cana deste ano vai ser 5,6% menor do que a do ano passado, e pior: a produção de etanol deve cair 14%. Segundo o governo, resultado da prioridade para a produção de açúcar.
“Na relação econômica entre preço de açúcar e preço de álcool as usinas acabaram destinando mais cana para produção de açúcar, em função tanto pra atendimento do mercado nacional, como das exportações”, fala o diretor de política agrícola da Conab, Sílvio Porto.
O presidente do Sindicato dos Usineiros não nega que alguns agricultores optaram pelo açúcar, mas diz que essa mudança representa menos de 2% da produção de cana. Para ele, o culpado pela baixa na produção de álcool é o clima.
“Ano passado a gente teve uma seca muito intensa. Esse ano nos tivemos geada e isso sempre acontece, sempre pode acontecer e esta afetando a nossa produção”, diz o presidente da Única, Marcos Jank.
Até o final deste ano, o país vai importar pelo menos um bilhão de litros de álcool. Cinco vezes mais do que importou na safra passada. Pode parecer estranho, mas mesmo assim o Brasil ainda é um exportador de etanol.
“Nós ainda exportamos mais do que importamos por conta de contratos antigos que precisam ser compridos”, afirma Jank.
O governo pretende tirar do papel uma política de estímulo à produção. A ideia é reduzir impostos para quem preferir produzir álcool em vez de açúcar.
“Se você destina recursos a custos mais viáveis para o aumento da produção de cana, sem dúvida nenhuma você aumentará a produção de etanol assim também pode aumentar a produção de açúcar”, fala o secretário de Agroenergia do Ministério da Agricultura, Manoel Bertone.