A safra da cana-de-açúcar, que começa em abril e segue até dezembro, deverá movimentar pelo menos R$ 32 bilhões na economia na região de Ribeirão Preto.
Esse montante corresponde a 20 vezes todo o orçamento previsto para 2012 em Ribeirão, de R$ 1,5 bilhão, e a 112 vezes toda a arrecadação de Sertãozinho, cidade com cinco usinas e destilarias e a maior concentração de fábricas do setor da região.
Segundo o professor de estratégia da FEA/USP, Marcos Fava Neves, os preços da cana devem ser ligeiramente superiores neste ano, o que deve trazer recursos para as cidades canavieiras, com repasses financeiros no comércio, indústria, setor de serviços e imobiliário.
“Todos os setores devem sempre torcer para que tenhamos uma boa safra e remuneradora porque uma parte acaba indo nas mãos desses segmentos”, explica.
Até dezembro próximo, quando começa a entressafra, a região, uma das maiores produtoras do país, deve movimentar o comércio e os prestadores de serviços em Ribeirão Preto.
A cidade tem potencial de 3,6 milhões de consumidores em um raio de 100 quilômetros.
Operação – Conforme a União da Indústria da Cana de Açúcar (Unica), entidade que representa 143 usinas no Centro-Sul, 33 das associadas ficam na região e outras 14 unidades processadoras estão em operação.
A região responde por 29% do total da produção em São Paulo, Estado que representa 63% de tudo o que é produzido em cana na área.
Valor deverá registrar alta – Na safra 2011/2012, a Centro-Sul produziu 494,5 milhões de toneladas de cana processada para fabricar etanol e açúcar. Apenas em volume de cana, atualmente cotada a R$ 65 ,podendo chegar a R$ 80, o montante é de R$ 7,2 bilhões somente com o pagamento da tonelagem.
Nessa conta somam o pagamento da produção de etanol, remunerado a R$ 1,20 o litro para o produtor, e o açúcar, cotado como commodity no mercado externo.
Em 2012/2013, pelos cálculos do professor da FEA, a safra deve ser igual ou 5% inferior à do ano passado.
Segundo a Unica, a queda frente à safra de 2011/2012 na região Centro-Sul foi de cerca de 10% em razão da estiagem, das geadas e da falta de investimentos nos canaviais depois da crise de 2008 e 2009.
Com a estiagem deste ano, regiões produtoras, como São Paulo, podem ser prejudicadas com a qualidade da cana no início da safra, mas as chuvas previstas entre julho e outubro podem recuperar as lavouras no fim da safra.