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Safra de soja melhora, mas não espanta crise no Norte Pioneiro

<p>Dos 62,6 mil hectares ocupados com a cultura neste ano, faltam ser colhidos pouco mais de 1,2 mil, ou cerca de 2% do total.</p>

 O Norte Pioneiro está próximo de concluir a colheita de soja da safra 2005/2006. Dos 62,6 mil hectares ocupados com a cultura neste ano, faltam ser colhidos pouco mais de 1,2 mil, ou cerca de 2% do total. Em outras áreas, a colheita ainda nem atingiu 50%. Na região, onde são plantadas variedades precoces, a produtividade foi melhor do que no ano passado, mas isso ainda não foi suficiente para encerrar a crise no setor agrícola.

Segundo levantamento feito pelo Departamento de Economia Rural da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Deral/Seab), a produtividade média das lavouras da região subiu 20% em relação à safra 2004/2005. No ano passado, o rendimento médio das plantações ficou em 2,1 toneladas por hectare, prejudicado pelo longo período de estiagem que na época de maturação das plantas. Neste ano, a produtividade chegou a 2,6 toneladas por hectare. Em alguns casos, o rendimento das lavouras surpreendeu, como em Curiúva, onde a média atingiu 3,2 toneladas por hectare.

Apesar do bom rendimento, produtores e empresas ligadas ao agronegócio na região estão pessimistas quanto à área que deverá ser ocupada com a cultura na próxima safra. De acordo com o gerente industrial da Cooperativa Integrada a maior da região , Mário César Lopes, a nova redução de área será provocada pelas baixas cotações do produto no mercado. Hoje o preço da saca de 60 quilos varia de R$ 22,50 a R$ 24. Em 2004, a saca de soja chegou a ser vendida por R$ 52. Este ano, a área ocupada com soja na região já foi 16% menor do que na safra passada, quando foram plantados 74,8 mil hectares.

A crise da cultura, que sempre foi a propulsora do comércio das principais cidades da região, tem afetado diretamente a economia do Norte Pioneiro. Se no ano passado revendas de máquinas agrícolas e veículos pesados foram os setores mais atingidos, este ano o problema chegou ao comércio varejista. Supermercados, lojas de confecções e calçados contabilizam uma queda nas vendas que em alguns casos atinge até 50%.

O empresário Carlos Costa Santos conta que chega a passar alguns dias sem registrar uma venda significativa em sua loja de calçados, em Joaquim Távora. A gente abre na esperança de fazer uma venda boa, mas está difícil. O que se vende é meia e lenço e só, lamenta.

A expectativa agora se volta para a safra do trigo na região. Mas o grão também deve apresentar preços inferiores aos praticados no ano passado.