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Safra menor e intensa oscilação de preços em Chicago

A área plantada de soja aumentou 2% e a do milho caiu 8% em relação aos números verificados na safra 2007/08.

Redação (13/01/2009)- As chuvas abaixo do normal e mal distribuídas entre os dias 13 de novembro a 28 de dezembro comprometeram o término do plantio e a produção da primeira safra do feijão e do milho e a produção da soja 2008/09. O plantio do milho e da soja foi concluído em dezembro, com atraso, em função da falta de chuvas no Sul, Sudoeste e Oeste do estado. A área plantada de soja aumentou 2% e a do milho caiu 8% em relação aos números verificados na safra 2007/08.

A previsão de produção da soja ficou 4% abaixo da colhida na safra 2007/08, queda de 11,7 para 11,2 milhões de toneladas. A cultura se encontra nas fases de desenvolvimento vegetativo (40%), floração (35%), frutificação (20%) e maturação (5%). A colheita está no início.

A expectativa de produção do milho, devido à seca, caiu ainda mais, de -11% para -28% em relação à safra anterior, de 9,7 para 7,0 milhões de toneladas. A cultura atravessa as fases de desenvolvimento vegetativo (15%), floração (35%), frutificação (38%) e maturação (12%). A colheita começa no final deste mês.

Milho – Os produtores comercializaram 75% da segunda safra a preços médios decrescentes desde julho até o final de dezembro, devido à produção brasileira (58,6 milhões de t) superior ao consumo interno (44,5 milhões de t) e ao fraco desempenho das exportações brasileiras (6,4 milhões de t em 2008). Desde o quarto decêndio de dezembro/08 e neste mês de janeiro/09, os preços recebidos aumentaram para R$ 16,0 a 16,7 a saca, devido à quebra da safra e aos possíveis problemas que podem ocorrer no plantio da segunda safra, em função do La Nia, com previsão de pouca chuva em fevereiro. Contribuiu para o estancamento da queda dos preços a seca na América do Sul e a sinalização dos produtores americanos, que devem aumentar a área de soja e reduzir a do milho.

A crise financeira mantém elevada a volatilidade das cotações internacionais e o comportamento da taxa de câmbio no mercado brasileiro. Na CBOT (Bolsa de Chicago), do final de dezembro para janeiro, as cotações aumentaram de US$ 3 a 3,8 para US$ 4,0 a 4,4/bushel, para março a maio/09, ou R$ 20,5 a 22,0 a saca (US$ 9,2 a 9,4) no transferido em Paranaguá e R$ 19 a 23,5 a saca no mercado de lotes no interior. Na BM&F as cotações aumentaram de R$ 20,5 a 22,0 para R$ 22,5 a 25,6 a saca para janeiro a maio/09.

Soja – Os produtores comercializaram 97% da produção 2007/08, a preços médios entre R$ 39,5 e R$ 41,3 durante os meses de agosto a dezembro/08 e R$ 45,67 em julho/08. Neste início de 2009, oscilam entre R$ 43,5 a 44,5 a saca. A comercialização antecipada da safra 2008/09 foi menor. No entanto, a redução da safra sul-americana, o lento retorno dos fundos às aplicações em commodities e a especulação sobre a futura safra norte-americanaprovocam intensa oscilação na CBOT, com recuperação dos preços neste início de ano em relação aos praticados em dezembro/08. Estão variando entre US$ 9,0 a 10,1/bushel, que correspondem a R$ 48,5 e 53,0 CIF Paranaguá e R$ 47,0 a 50,0 a saca no mercado de lotes no interior.

Trigo – A colheita se encerrou em dezembro/08 e a produção alcançou 3,2 milhões de toneladas ou 53% da safra nacional. Os produtores já comercializaram metade da safra. O aumento da produção mundial e brasileira reduziu os preços médios recebidos pelos produtores desde abril/08. Ficaram abaixo do preço mínimo a partir de agosto, apesar da intervenção do governo no mercado via AGF, com aquisições de 123.556 toneladas, Contratos de Opção de Venda de 420.660 toneladas e PEP de 80.000 toneladas. Os produtores receberam R$ 29,32 em agosto, R$ 27,46 em setembro, R$ 26,29 em outubro, R$ 25,67 em novembro e R$ 25,3 a saca em dezembro/08. Neste início de 2009, os preços aumentaram para R$ 25,9 a 26,7 a saca. No mercado de lotes, o preço está em R$ 470 a 510 a tonelada e o custo do produto argentino posto em São Paulo é de US$ 230 a 236 a tonelada.

Os preços do milho e do trigo continuam abaixo do custo de produção e os da soja estão dando lucro aos produtores. Um alerta: em época de volatilidade de preços, a melhor estratégia é a venda parcelada, em pequenos lotes, compondo um bom preço médio de venda.