A produção nacional de milho de inverno deve ser 40% maior, conforme o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Isso em função do crescimento do cultivo em Mato Grosso (39%, de 1,84 milhão para 2,55 milhões de hectares) e no Paraná (12,5, de 1,72 para 1,93 milhão de hectares) no ciclo de inverno. Como a “safrinha” vai bem, a produção da temporada pode chegar a 65,14 milhões de toneladas, com expansão de 13,5% na oferta.
Para que o excedente não derrube os preços no mercado interno, será necessário exportar pelo menos 10,5 milhões de toneladas, estima a Conab. As exportações só passaram de 10 milhões de toneladas em 2009/10. No Paraná, a cotação se mantém acima de R$ 20 por saca de 60 quilos. O risco é de os produtores terem a margem de lucro reduzida ao limite dos custos operacionais, que estão em R$ 15 por saca.
Apesar do risco de os preços do milho caírem, os produtores da Região Noroeste do estado seguem confiantes em relação à safrinha. A produção deve ser colhida entre os meses de julho e agosto e, como em praticamente todo o estado, as lavouras apresentam bom estado.
Produtor de milho em Doutor Camargo (cerca de 36 quilômetros de Maringá), Luiz Totti de Souza diz acreditar que o preço não cairá muito em relação a outros anos. “Para quem vendeu a R$ 14 anos atrás, entregar hoje por R$ 20 está bom demais”, comentou. “Mais que isso não poderemos cobrar, senão vamos afetar os criadores de suínos e frangos.”
Segundo Souza, a safrinha não germinou bem por causa da seca do início do ano. Apesar daquele momento negativo, a expectativa é de boa colheita. “Não nasceu bem [a produção], mas agora está melhor”, disse. Os casos de quebra são estimados em 10%, o que é considerado normal em se tratando da safra de milho de inverno.
O produtor Devanir Pires Martins, de Maringá, comenta que os valores da safrinha devem ser menores, mas próximos dos atuais. Ele também aponta que a produção não vai atingir 100% de seu potencial. “A seca deu uma prejudicada, mas acredito que a média seja entre 200 e 220 sacas por alqueire (5 mil e 5,5 mil quilos por hectare).”
Conforme monitoramento da Secretaria da Agricultura (Seab), 87% das lavouras de milho do Paraná encontram-se em bom estado e 12% seguem regulares. Apenas 1% pode ser considerado ruim. Um terço das lavouras entrou na fase de frutificação e metade está em florescimento, fases decisivas na determinação do volume da safra.