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SC terá de comprar milho argentino

<p>Motivo é a quebra da safra brasileira por conta da seca e a redução da produção do Paraguai, um dos fornecedores de milho para o Estado.</p>

Da Redação 02/05/2005 – Produtores e agroindústrias do setor de suínos e frangos de Santa Catarina terão de importar milho da Argentina este ano. O motivo é a quebra da safra brasileira por conta da seca e a redução da produção do Paraguai, um dos fornecedores de milho para o Estado. Santa Catarina tradicionalmente importa milho de outros Estados do País e do Paraguai, mas neste ano terá de buscar o grão fora do Brasil. Pela estimativa do Instituto Cepa, o Estado terá de importar 1,5 milhão de toneladas de milho, acima do 1,2 milhão importado em 2004. Ainda não há estimativa de quanto desse volume viria da Argentina.

A maior parte do milho da Argentina é transgênico, e sua importação foi aprovada pela CTNBio no fim de março. O pedido para regulamentação veio do estado do Pernambuco, mas foi estendido para todos os outros estados.

Os empresários do setor, porém, ainda não se sentem muito à vontade para fazer este tipo de compra, uma vez que ela poderia afetar a entrada de alguns produtos na Europa, um mercado importante para o frango brasileiro. No entanto, enfrentam o temor de que a produção não seja suficiente para atender a demanda.

O presidente da Copérdia, que fornece suínos para a Aurora, no oeste catarinense, Neivor Canton, diz que a cooperativa tem expectativa de importar 72 mil toneladas este ano. Foram 40 mil toneladas no ano passado. Segundo ele, embora Santa Catarina seja um estado importador, dessa vez não haverá safra suficiente para toda a demanda em fornecedores, como Paraná, no Mato Grosso do Sul ou Paraguai. Neste mês, Canton já conferiu os preços argentinos e os considerou atrativos. A saca estava em R$ 21 no porto, enquanto no Brasil a Copérdia já chega a pagar R$ 19. “Mas imagino que vamos postergar ao máximo a compra da Argentina por conta das restrições na Europa”, comenta.

A Macedo Koerich, que produz aves em Santa Catarina, não costuma comprar milho argentino, mas segundo o encarregado de compras, Alcir Cunha, poderá vir a importar neste ano. Também pode substituir milho por sorgo. “Ainda não há falta de milho no Brasil, mas a partir do segundo semestre pode ficar difícil”.

A safra menor brasileira deverá trazer impacto no preço interno do milho, mas por enquanto, há estabilidade. De acordo com Simão Brugnago, do Icepa, o preço paga ao produtor no oeste catarinense em R$ 17,50 por saca.