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Sistema inédito de venda futura do milho integrará novas regiões

<p>O sistema tem como objetivo reduzir a diferença de preços entre a base onde o contrato foi negociado e a região onde a entrega física será feita.</p>

Redação (17/09/2008)- A mudança no perfil do cultivo do milho e o grande potencial de consumo que o grão passou a ter com o aumento da demanda mundial por carnes está profissionalizando cada vez mais o setor. Para acompanhar de maneira mais eficiente essa transformação, a BM&FBovespa vai colocar à disposição dos investidores, a partir do dia 19, o inédito sistema de integração com praças regionais para vendas futuras. O sistema tem como objetivo reduzir a diferença de preços entre a base onde o contrato foi negociado e a região onde a entrega física será feita. A base de referência para os negócios continuará sendo Campinas (SP). Além dela, serão acrescentadas as praças de Cascavel (PR), Uberlândia (MG), Rio Verde (GO) e Paranaguá (PR).

A última será utilizada principalmente para exportações, como ligação entre a produção de milho e o mercado internacional. No contrato antigo, os preços eram fechados com base apenas em Campinas. Agora, por exemplo, uma venda realizada a R$ 20/saca de 60 quilos em Campinas e -5 em Uberlândia, o valor final fixado na entrega será de R$ 15. Os preços usarão como referência o índice do Cepea/Usp O sistema deverá reduzir o risco com a grande volatilidade que atinge o mercado de milho. "O novo contrato possibilita um melhor planejamento do comprador, pois fica mais fácil calcular o custo com o frete e se é necessário o pagamento de ICMS sobre a mercadoria", explica Fabiana Perobelli, gerente de produtos do agronegócio da BM&FBovespa. Segundo disse, outra diferença é que agora o comprador sabe onde a mercadoria estará no ato da entrega física.

O milho foi o terceiro item mais negociado na Bolsa em agosto, negociando mais de 42 mil contratos. A nova medida tem como objetivo aumentar a liquidez do papel com a entrada de mais instituições financeiras. Atualmente, o boi, líder em número de negócios, possui 40% do total comprado e 41% do vendido negociado por empresas e instituições financeiras. Já o milho possui 25% do total comprado e 3% do vendido no controle de instituições financeiras e empresas.

Cada contrato corresponderá a 450 sacas de 60 quilos, com vencimento previsto para o dia 15 de cada mês. Para estimular os negócios no novo sistema, a Bolsa não vai cobrar a taxa de trasferência do antigo para o novo. O antigo continuará em atividade até a última entrega, prevista para setembro de 2009. Até lá, não serão incorporados novos prazos para entrega.

A gerente explica que as quatro praças foram escolhidas porque apresentaram grande volume de negócios e muitos compradores. "Estamos estudando ampliar a quantidade das praças para facilitar aida mais os negócios."

Ivan Wedekin, diretor de agronegócio da BM&FBovespa, diz que a entidade não tem como objetivo criar novos produtos. "Procuramos atender a demanda do setor", diz. Segundo ele, a expectativa é aumentar o volume de participantes da cadeia produtiva. "O novo sistema vai permitir uma maior liquidez das operações", diz.

Wedekin disse que os contratos podem ser controlados de maneira independente. "Mas o ideal é que atuem em conjunto, travando os preços em Campinas e na região de atuação do comprador/vendedor."