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Só prejuízo

<p>Por causa do baixo preço da soja, muitos agricultores estão apertando o cinto para conseguir pagar as dívidas. Saiba como está a situação no Paraná.</p>

Da Redação 14/02/2005 – O agricultor Rubens Selski, um grande produtor do município de Ipiranga. Os bons preços da soja nos últimos dois anos o levaram a comprar uma máquina para colher a produção de mil hectares.

“A colheitadeira nós compramos no final de 2003 e entregaram em 2004. Ela nos custou R$ 550 mil. Naquele tempo, o consórcio estava em torno de R$ 50,00 a R$ 55,00. Teríamos um custo de 11 mil sacas de soja. Nesse preço que a soja está, teremos um custo de 16 mil sacas de soja. Nós vamos conseguir pagar, mas teremos de tirar mais soja do bolso para pagar os investimentos feitos”, calculou Selski.

O agricultor Wilson Morato, do município de Ponta Grossa, também comprou uma colheitadeira. Ele investiu R$ 450 mil na máquina. Disse que vai pagar a prestação em dia, mas não graças ao valor da soja.

Eu tenho um pouco de milho, um pouco de gado, um pouco de feijão. É isso que está ajudando”, contou Morato.

O problema das dívidas é maior em Mato Grosso, onde o preço da soja é mais baixo. Na quinta-feira, as lideranças dos produtores entregaram uma lista de reivindicações ao governo.

Há também algumas sugestões para o governo. Uma delas é a prorrogação das dívidas de investimentos. Outra delas é aumentar recursos para a comercialização. A gente tentar instrumentos de política agrícola, como a CPR, os contratos de opções, preço mínimo e alguma linha de crédito que se possa financiar o diferencial do custo de produção com o preço que está sendo praticado no mercado hoje. Só no caso da soja em Mato Grosso já está na faixa de mais de R$ 10,00. Hoje, o preço de mercado é abaixo do custo de produção”, disse Pereira.