Os produtores brasileiros terão que se acostumar a conviver com a nova realidade do mercado de soja, que nesta safra começou um novo ciclo de baixa, após seis anos seguidos de altos preços e boa rentabilidade. A afirmação é do analista Pedro Dejneka, sócio-diretor da consultoria Agr Brasil, sediada em Chicago, e colunista de GLOBO RURAL. Ele participou hoje do 2º Fórum de Agricultura da América do Sul, promovido pelo jornal paranaense Gazeta do Povo.
Segundo Dejneka ainda não é possível estimar qual será a duração do atual ciclo de baixa dos preços da soja, pois fatores como a demanda chinesa e o comportamento do clima afetar o mercado. Ele prevê que os preços da soja deve recuar abaixo de US$ 10/bushel no próximo ano na Bolsa de Chicago, assim que se confirme a colheita de uma boa safra sul-americana.
O analisa comentou que os preços da soja estão em queda porque pela primeira vez em dez anos a oferta está crescendo mais rápido do que a demanda. Ele observa que a demanda continua forte, mas “a união da tecnologia com clima favorável mostrou que existe potencial para que a oferta cresça mais rápido que o consumo, pelo menos nos próximos anos”.
As perspectivas também não são otimistas para a próxima safra, pois a tendência é que os produtores norte-americanos plantem mas soja no próximo. Dejneka acredita que o produtor brasileiro também deve continuar apostando na soja, mas terá que aprimorar a gestão dos negócios, para manter a rentabilidade mesmo com as margens mais estreitas.